Benfica segura a liderança antes do derby

Um autogolo do Marítimo facilitou o caminho do triunfo dos “encarnados”, que resolveram a partida antes do intervalo, na 100.ª partida de Rui Vitória. Sem sobressaltos, os tricampeões vão moralizados a Alvalade.

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Jogadores do Benfica festejam um dos golos apontados ao Marítimo LUSA/TIAGO PETINGA

A sombra do FC Porto continua sem causar grandes tensões ao Benfica no topo da classificação. Em vésperas do derby de Alvalade, frente ao Sporting, os “encarnados” despacharam com muita tranquilidade o Marítimo, bastando o primeiro tempo para carimbar o triunfo, por 3-0. Com o sentimento de missão comprida, os lisboetas vão vestir esta noite a pele do Sp. Braga e esperar um percalço dos “dragões”.

Tradicionalmente bons clientes no Estádio da Luz, os madeirenses apresentavam-se em Lisboa com um sexto lugar solidificado na classificação e com um percurso de 14 jogos para o campeonato em que contabilizaram apenas uma derrota. A segurança defensiva tem sido um dos segredos deste sucesso, mas de nada valeu, desta vez, perante os argumentos ofensivos dos tricampeões nacionais.

É certo que os insulares até conseguiram ir adiando o golo, mas não tiveram argumentos para contrariar a “traição” do seu lateral esquerdo, que inaugurou a própria baliza, aos 34’, quando tentou, desastradamente, aliviar um cruzamento de Rafa, na esquerda. E os visitantes ainda matutavam na infelicidade, quando, dois minutos depois, Jonas elevou a contagem, deixando praticamente definida a entrega dos três pontos.

Até então, o 100.º jogo de Rui Vitória no banco do Benfica, corria morno no relvado. O suficiente, mesmo assim, para a equipa criar um par de oportunidades para abrir o marcador. Para marcar a efeméride, o treinador “encarnado” repetiu, pela primeira vez, a equipa titular esta temporada. Empurrados pelos 57 mil adeptos presentes nas bancadas, as “águias” iam circulando a bola, procurando encontrar espaços para furar o bloco baixo maritimista, que defendia muitas vezes com dez jogadores atrás da linha de bola, num curto espaço de 30 metros.

Uma estratégia que terá resultado no Funchal, na primeira volta, quando impuseram a primeira das duas derrotas dos campeões nacionais esta época na I Liga, por 2-1, mas que se tem demonstrado um desastre nas deslocações à Luz, onde o Marítimo sofreu, nada menos do que 32 golos nos últimos oito jogos. Em termos atacantes, os madeirenses também não primaram pelo discernimento. Em largos períodos do primeiro tempo pareceram até ignorar a existência de uma outra baliza que não a própria. Uma timidez atacante que não foi um exclusivo deste jogo e explicará os modestos oito golos apontados em 15 partidas fora de portas.

A perder por dois, os insulares mudaram pouco e o domínio “encarnado” continuou avassalador e ficou expresso nos 72% de posse de bola ao intervalo. Sem grande surpresa, o terceiro golo dos lisboetas chegou ainda nos descontos dos primeiros 45’, com Jonas a bisar, na sequência de um canto, em que Luisão obrigou Charles a fazer uma defesa incompleta.

Pela terceira vez consecutiva, o Marítimo encerrou a primeira metade de uma partida na Luz com três golos sofridos sem resposta. Nas outras duas, o marcador encerrou com goleadas, por 6-0, mas desta vez o apetite benfiquista não foi tão voraz.

Enquanto o Marítimo procurava estender-se no relvado na segunda parte, os “encarnados” geriam, a seu belo prazer, a partida, sem grandes correrias, ou não estivesse no horizonte um duelo com bem mais exigência física com o Sporting. Mesmo sem forçar, o conjunto de Vitória ainda conseguiu criar um par de oportunidades para chegar ao quarto golo, mas ninguém se sentiu defraudado nas bancadas da Luz, depois da barrigada da metade inicial.

Para tornar a época pascal ainda mais festiva para as hostes benfiquistas, só mesmo um desaire do FC Porto em Braga, hoje. Algo que permitiria encarar com outra serenidade o derby dos derbies nacionais.

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