Benfica lidera apesar de maior rotação e menos golos marcados

Equipa de Rui Vitória melhorou significativamente o saldo pontual nas cinco primeiras jornadas do campeonato em relação à época passada. “Encarnados” são o “grande” com mais jogadores utilizados

Foto
“Encarnados” melhoraram o saldo pontual nas cinco primeiras jornadas do campeonato em relação à época passada Patrícia de Melo Moreira/AFP

A quinta jornada do campeonato trouxe uma mudança no topo da classificação, com o primeiro lugar a passar a ser ocupado pelo Benfica. Os “deslizes” dos rivais – o Sporting foi batido na visita ao Rio Ave (3-1) e o FC Porto não foi além do empate diante do Tondela (0-0) – aliados ao triunfo sobre o Sporting de Braga (3-1), permitiram aos “encarnados” ascender ao topo. Mesmo tendo em conta que Rui Vitória, nestas cinco jornadas, utilizou mais jogadores e a equipa marcou menos golos em comparação com o mesmo período da temporada passada.

Há um ano, as cinco primeiras jornadas da I Liga davam imagens distintas dos três candidatos ao título. A liderança era partilhada por FC Porto e Sporting, ambos com 13 pontos (quatro vitórias e um empate). O Benfica seguia a quatro pontos de diferença, em terceiro, devido às derrotas sofridas perante Arouca e FC Porto. Passaram 365 dias e o panorama alterou-se: os “encarnados” melhoraram significativamente o saldo pontual e comandam a classificação com 13 pontos. Logo a seguir vêm os “leões”, com menos um ponto somado do que na temporada passada, e o FC Porto é terceiro, tendo passado dos 13 para os dez pontos. A equipa de Nuno Espírito Santo já conheceu os três resultados possíveis: três vitórias, um empate e uma derrota.

A liderança do Benfica é uma realidade apesar do ataque estar, pelo menos para já, menos concretizador do que no ano passado. Nas cinco primeiras jornadas sob as ordens de Rui Vitória, em 2015-16, os “encarnados” fizeram 13 golos e sofreram quatro. Esta época o emblema da Luz sofreu os mesmos quatro golos nos primeiros cinco jogos do campeonato e marcou 11. Só na primeira jornada o Benfica conseguiu não sofrer golos (2-0 contra o Tondela), quando há um ano tinha mantido a baliza inviolada em duas partidas.

O desempenho ofensivo de Sporting e FC Porto obedece a tendências distintas: os “leões”, na segunda temporada com Jorge Jesus ao leme, têm os mesmos golos marcados e sofridos do que na época passada. São nove marcados e quatro sofridos, sendo que em 2015-16 o Sporting só ficou uma vez sem sofrer golos nas primeiras cinco jornadas, e agora já conseguiu isso em três encontros.

Quanto ao FC Porto, a equipa de Nuno Espírito Santo perde na comparação com a de Julen Lopetegui: há um ano, com o actual seleccionador de Espanha, os “dragões” chegaram à quinta jornada com dez golos marcados e apenas dois sofridos. O conjunto comandado por Nuno Espírito Santo marcou oito e sofreu três. Num dado os dois técnicos aproximam-se, já que tanto na temporada passada como na actual o FC Porto regista, após cinco jornadas, três encontros sem sofrer golos.

As diferenças entre os três rivais fazem-se também nas opções que os técnicos têm à disposição. A onda de lesões no Benfica obrigou Rui Vitória a fazer uma rotação maior do que aquela que desejaria nesta fase da época. O técnico “encarnado” já utilizou 22 jogadores no campeonato, restando apenas dois “totalistas”: Júlio César e Grimaldo. Nas primeiras partidas de 2015-16 tinham sido 20 os futebolistas com minutos de jogo. Rui Vitória utilizou até ao momento cinco reforços (André Horta, Celis, Cervi, Carrillo e Rafa Silva), tendo também recorrido ao jovem José Gomes, internacional sub-17 que alinhava pela equipa B.

No Dragão o número de jogadores utilizados esta época é o mesmo da temporada passada: 21. Restam dois “totalistas”, Casillas e Felipe, no plantel comandado por Nuno Espírito Santo, sendo que mais de um terço dos futebolistas utilizados pelo técnico são reforços (Felipe, Alex Telles, Depoitre, Óliver Torres, Boly e Diogo Jota) ou jogadores que não faziam parte do plantel de Lopetegui (Otávio e Adrián López).

Em Alvalade, Jorge Jesus mantém um número reduzido de futebolistas utilizados, tal como na época transacta. Dos 18 jogadores em 2015-16, os “leões” passaram para 19 em 2016-17 – há mais três futebolistas que tiveram minutos antes de deixarem de integrar o plantel: Carlos Mané, João Mário e Slimani. É no Sporting que há mais “totalistas”, porque Rui Patrício, Coates, Rúben Semedo e William Carvalho estiveram em campo nos 450 minutos já decorridos do campeonato. Foram utilizados seis reforços (Alan Ruiz, Joel Campbell, Bas Dost, André Souza, Markovic, Elias).

Sugerir correcção
Comentar