Benfica em fuga para a vitória com Cervi a abrir e Jonas a resolver

O Benfica conquistou a Supertaça Cândido de Oliveira, num duelo intenso com um Sp. Braga que lutou ?até ao limite das suas forças.

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Pedro Santos e Grimaldo travaram um duelo interessante Sérgio Azenha

O treinador do Benfica aproveitou o primeiro jogo oficial da época para alcançar Jorge Jesus, coleccionando o quarto troféu nacional e começando da melhor forma a preparar a fuga para a vitória que falta à “águia” para o histórico tetracampeonato. No entanto, os três golos sem resposta na Supertaça, em Aveiro (3-0), demonstram uma superioridade que o Sp. Braga contestou durante largos períodos, só não resistindo a uma ponta final de tudo ou nada decidida pelos golos de Jonas e Pizzi.

Com os reforços Benítez e Celis na bancada, Rui Vitória apresentou um “onze” sem surpresas, confirmando Jonas no ataque, ao lado de Mitroglou. O grego atraiu a marcação, deixando o brasileiro livre para colocar a cabeça da defesa à roda.

Pedro Tiba foi mesmo apanhado em contrapé, em plena área, compensando a rotação de Jonas com o braço esquerdo a travar a progressão do avançado. Jonas projectou-se e acabou por forçar a nota levando o árbitro a ler erradamente o lance, mandando jogar.

Esta foi a faísca que faltava para incendiar os ânimos depois de um início de jogo hiperactivo, disputado nos limites, com os gritos das bancadas a alimentarem um clima de permanente tensão. Circunstância bem aproveitada pelo Benfica para marcar o seu território e chegar ao golo aos 10’, num slalom gigante em que Cervi recebeu a bola de Horta para passar pelo meio de três adversários, aguentar a carga de Baiano, trocar as voltas a Boly e rematar com o pé direito.

O golo não apaziguou um jogo crispado e com pouco mais de uma dúzia de minutos decorridos, João Capela bem podia apelar ao vídeo-árbitro, tecnologia que não teria deixado passar impunemente o toque de Horta na cara de Pedro Santos.

O campeão nacional aproveitava e exercia um domínio avassalador, com Marafona obrigado a mergulhar aos pés de Cervi para evitar o pior. O perigo rondava a baliza do Sp. Braga e André Pinto limpava novo lance de Cervi, instantes antes de quase trair Marafona ao desviar um remate de Nelson Semedo para o poste.

O cenário não melhorava para a equipa de José Peseiro e Cervi desperdiçava o segundo golo, falhando o alvo de forma clamorosa. Pizzi faria o mesmo no lado direito, num cerco asfixiante que levou o Sp. Braga a reagir e a ter de tocar a reunir.

Pedro Santos estava refeito da cotovelada e pronto para entrar em cena com sucessivos avisos a testar o guarda-redes. Os minhotos entravam, finalmente, no jogo e Júlio César era já o elemento mais preponderante no fim primeira parte.

O Sp. Braga conseguia baixar o ritmo de jogo, quebrando o domínio com mais posse e com Rafa a mostrar-se em três ocasiões que não conseguiu finalizar por falta de discernimento. Os minhotos acabavam a primeira parte por cima.

No reatamento, o jogo prosseguiu a um ritmo louco, com o Sp. Braga empenhado em anular a desvantagem, expondo-se às transições que o Benfica ia aproveitando para alimentar as ambições de Jonas.

A entrar na fase das primeiras alterações, o Sp. Braga assumiu a iniciativa, refrescando as ideias na frente de ataque. Porém, foi Marafona a ter a clarividência e a descobrir uma autoestrada em que lançou Rafa. O campeão europeu surgiu isolado na frente de Júlio César mas fez o impensável, atirando para fora. O Benfica respirava de alívio, mas apenas por breves instantes. Agora era Wilson Eduardo a pegar na batuta e a explorar a desorientação “encarnada”.

E foi quando Rui Vitória pareceu começar a questionar a actuação da sua equipa que o Sp. Braga se desconcentrou, permitindo que Jonas fizesse aquilo que faz melhor (75’) e sentenciando o jogo numa combinação com Pizzi, que ainda haveria de assinar um momento de classe, com um chapéu que fechou as contas (90+2’) da Supertaça.

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