Bas Dost é o terceiro melhor marcador do Sporting em meio século

Apenas Yazalde e Jardel superaram o holandês como melhores marcadores do campeonato. Esta noite, frente ao Tondela, cumpre a sua 50.ª partida de leão ao peito

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Bas Dost vai disputar a sua 50.ª partida ao serviço do Sporting LUSA/MARIO CRUZ

Há muito tempo que o Sporting não tinha um goleador como Bas Dost. Na verdade, nos últimos 50 anos, apenas dois jogadores superaram os registos do holandês na principal prova nacional: Hector Yazalde (46 golos  em 1973-74) e Mário Jardel (42/2001-02). A grande diferença é que o melhor marcador da Liga na temporada passada (34 golos), que disputa hoje a sua 50.ª partida com a camisola dos “leões”, não foi campeão nacional, ao contrário dos seus antecessores.

A 12 de Setembro de 1937, há precisamente 70 anos, o Estádio das Salésias, em Lisboa, foi palco de um jogo particular entre o Sporting  e o Benfica. Os “leões” venceram por 5-3, mas o facto mais relevante da partida foi a estreia de um jovem de 19 anos, que apontou dois dos golos da equipa vencedora. Chamava-se Fernando Peyroteo e tinha acabado de chegar de Angola.

Logo nessa temporada de estreia (1937-38) mostrou ao que vinha: 57 golos em 30 jogos oficiais, deixando, desde logo, a fasquia bem elevada para os seus sucessores. Em 12 épocas ao serviço do Sporting (entre 1939 e 1949), assinou 541 golos em 345 encontros, numa impressionante média de 1,6 golos por partida. Tornou-se no melhor marcador de sempre do futebol nacional e fonte de inspiração para gerações futuras.

A pesada herança de Peyroteo não foi beliscada durante décadas, até surgir em Alvalade um argentino que também faz estremecer qualquer adepto do clube ao escutar o seu nome. Hector Yazalde era também uma máquina de fazer golos, mas superou todas as expectativas na temporada de 1973-74, quando apontou 46 golos no campeonato, uma marca que ainda hoje constitui um recorde na Liga.

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Depois do argentino, destacaram-se na linha avançada sportinguista Rui Jordão (1979-87) e Manuel Fernandes (1977-87), antes do brasileiro Mário Jardel deixar também a sua marca no último campeonato conquistado pelos “leões”, em 2001-02, quando empurrou a equipa com 42 golos na prova. De lá para cá, apenas Liedson e, mais recentemente, Islam Slimani deixaram saudades. Até à chegada de Bas Dost.

Para realçar o feito do holandês na temporada passada, é necessário sublinhar que nenhum jogador do Sporting havia ganho a Bola de Prata (prémio para o melhor marcador da Liga portuguesa) nas nove edições anteriores da prova. E em toda a história do campeonato (que arrancou na época 1934-35), foram apenas 13 os jogadores “leoninos” que triunfaram neste ranking.

No trono continua Peyroteu, que foi o melhor marcador português por seis vezes (só superado por Eusébio, com sete troféus, e igualado por Fernando Gomes), com Manuel Soeiro, Yazalde e Liedson a contabilizarem dois. Mas apenas três avançados do Sporting ultrapassaram ou igualaram a marca de Bas Dost em 83 anos de campeonato.

Para além dos 34 golos na Liga, o holandês somou mais dois nas restantes competições, num total de 36 em 41 jogos (leva actualmente cinco em oito partidas oficiais). Uma marca que só tem paralelo na sua carreira na última temporada ao serviço do Heerenveen, em 2011-12. Nessa altura chegou aos 37 golos em 39 jogos, levando os alemães do Wolfsburgo a apostar na sua contratação, sem grande sucesso.

Necessitado de substituir o argelino Islam Slimani, o Sporting viu potencial no holandês, agora com 28 anos. Desembolsou dez milhões de euros, naquela que é a sua contratação mais cara de sempre, mas está a ser reembolsado com muitos golos. E com golos se espera que comemore a sua 50.ª partida pelo conjunto “leonino”, frente ao Tondela.

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