Após exibições impressionantes, Federer e Kyrgios decidem lugar nas meias-finais

Suíço eliminou Rafael Nadal do torneio de Indian Wells, em pouco mais de uma hora.

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Reuters/Jayne Kamin-Oncea

À saída do Stadium 1 do Indian Wells Tennis Garden, Roger Federer não hesitou em tirar uma selfie com o pôr-do-sol como cenário. Foi o final de dia perfeito para o suíço, após uma exibição portentosa que lhe permitiu dominar por completo o rival Rafael Nadal. Para já, o suíço de 35 anos está nos quartos-de-final do BNP Paribas Open, para defrontar um adversário igualmente em estado de graça, Nick Kyrgios.

Esta é a primeira vez, em 36 duelos, que Federer ganha três consecutivos, numa série que teve início em 2015, na final do torneio de Basileia, onde venceu em três sets, e na final do Open da Austrália, em Janeiro, onde conquistou o 18.º título do Grand Slam, após cinco partidas. Desta vez, Federer levou somente 1h08m para derrotar o espanhol, por 6-2, 6-3.

“Posso dizer-vos que é uma boa sensação, ganhar os últimos três encontros, mas o mais importante foi triunfar na Austrália. Foi muito importante para mim. Olhando para trás, penso que foi das coisas mais fixes que fiz na minha carreira. Basileia também foi especial, porque costumava ser apanha-bolas lá”, afirmou Federer após a quinta vitória em outros tantos encontros com top 10 este ano – desde 2004 que o suíço não apresentava um registo assim.

Nadal não conseguiu lidar com a agressividade do rival, em especial na resposta, e só dispôs de um break-point, logo no primeiro jogo de serviço de Federer. Depois disso, só ganhou sete pontos nos restantes sete jogos em que o suíço serviu. “Na Austrália, foi equilibrado; hoje, não. Ele jogou muito melhor que eu. Quando Roger tem vantagem, o seu serviço é tão bom, tem muita confiança a servir e pode jogar mais relaxado”, explicou o número seis do ranking.

Federer terminou com 26 winners (incluindo cinco ases), o último dos quais uma resposta de esquerda para selar o encontro. “Penso que a minha esquerda melhorou porque tenho passado muitas horas com a nova raqueta. Na verdade, desde o início do ano, sinto-me confortável com a raqueta e tenho adquirido mais confiança. Todos os meus treinadores me têm dito para atacar mais com a esquerda, mas costumava fazer mais ‘madeiradas’. Talvez no meu íntimo, nunca tenha acreditado que podia usar esta pancada nos momentos mais importantes, mas, a pouco e pouco, isso tem mudado”, frisou o suíço.

Na sexta-feira, terá pela frente Nick Kyrgios (16.º), que, tal como Federer, ainda não sofreu nenhum break desde o início do torneio ejogou igualmente a altíssimo nível para eliminar Novak Djokovic (2.º), por 6-4, 7-6 (7/3). O australiano de 21 anos somou 14 ases, não enfrentou quaisquer break-points, perdendo somente seis pontos nos 42 disputados com o seu primeiro serviço, pondo fim a uma série de 19 encontros ganhos por Djokovic em Indian Wells. No último torneio, em Acapulco, Kyrgios também tinha derrotado o sérvio, que não perdia com o mesmo adversário duas vezes seguidas desde 2012 (Nadal, na terra batida de Roma e Roland Garros).

“Fiquei muito impressionado por ele ter vencido o Novak em dois torneios consecutivos, no melhor piso para o Novak. Espero que isto conduza Nick a algo grandioso, que ele perceba que, se focar, pode conseguir, dia sim, dia sim e semana sim, semana sim”, reconheceu Federer, que perdeu no único embate com o australiano, em 2015, no Masters 1000 de Madrid, onde Kyrgios salvou dois match-points em três tie-breaks.

Ainda na metade inferior do quadro, Kei Nishikori (5.º) defronta o norte-americano Jack Sock (18.º), que vai disputar o terceiro quarto-de-final consecutivo em Masters 1000. Na parte superior, Stan Wawrinka (3.º) joga com Dominic Thiem (9.º) e Pablo Carreño-Busta (23.º) discute um lugar nas meias-finais com Pablo Cuevas (30.º), um estreante nesta fase de um Masters 1000, após 29 presenças.

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