America’s Cup World Series mostra-se em Nova Iorque

Quase um século depois, uma frota da America’s Cup regressa ao porto que foi sede do evento entre 1851 e 1983.

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Oracle Team USA em acção Ricardo Pinto

Neste fim de semana, os radicais catamarãs AC45 com foils e velas-asa tomam o rio Hudson de assalto no segundo evento da Louis Vuitton America’s Cup World Series 2016, provas de qualificação da 35.ª America’s Cup de 2017, a disputar nas Bermudas.

Entre 1851 e 1983, 13 edições da America’s Cup foram disputadas em Nova Iorque no que é considerado o mais longo período de supremacia desportiva de um país - 132 anos de defesa bem-sucedida do troféu. O último desafio decorrido ali ficou nos anais da história mundial do desporto à vela – a estrondosa derrota do americano Dennis Conner, skipper defensor do troféu, frente à campanha australiana de John Bertrand, com o inovador veleiro Australia II.

“Trazer um evento da Louis Vuitton America’s Cup World Series 2016 a Nova Iorque é uma forma de celebração do regresso da America’s Cup a casa, pois foi em Nova Iorque que a competição foi realizada desde a vitória americana em Inglaterra, em 1851.”, lembrou Sir Russell Coutts, o CEO da America’s Cup Event Authority. “Desta vez o público irá testemunhar a mais emocionante interacção com o desporto à vela, com a combinação de atletismo, avanços tecnológicos radicais e as forças da natureza.”

Dois dias de competição no rio Hudson

Serão dois dias de regatas intensas no rio Hudson tendo Nova Iorque no horizonte, com as provas de Super Sunday a valerem pontos extras. O público poderá acompanhar o espectáculo em Battery Park City e também em Brookfield Place Waterfront Plaza, onde estará situada a linha de chegada das regatas. 

Seis equipas internacionais formam a frota, com o defensor do troféu Oracle Team USA a enfrentar os desafiantes Emirates Team New Zealand (Nova Zelândia), Land Rover Ben Ainslie Racing (Inglaterra), Artemis Racing (Suécia), Softbank Team Japan (Japão) e Groupama Team France (França). De ressaltar que a equipa Emirates Team New Zealand lidera a classificação geral da série com 6 pontos de vantagem frente aos defensores Oracle Team USA.

Entre as tripulações algumas novidades chamam a atenção, especialmente o regresso do skipper francês Franck Cammas que havia sofrido um sério acidente nos treinos a bordo do AC45 que quase lhe decepou o pé esquerdo. Totalmente recuperado após uma cirurgia e cinco meses de fisioterapia intensa, Cammas – o vencedor da Volvo Ocean Race 2011-2012 e recordista no Troféu Júlio Verne, entre Março de 2010 e Janeiro 2012, com 48 dias, 7 horas, 44 minutos e 52 segundos de circum-navegação sem escalas - assume o posto de skipper e timoneiro a bordo do Groupama Team France, que se encontra em último lugar na classificação geral.

As primeiras regatas serão em frota e o percurso será anunciado nos próprios dias de competição, dependendo do estado do vento, o que irá determinar também o número de provas disputadas em cada dia (num máximo de 3 regatas).

As condições meteorológicas esperadas indicam que a competição será desafiante, por causa da brisa instável a soprar entre os arranha-céus de Manhattan e as marés e fortes correntes no rio Hudson, que podem atingir até 2,5 nós de velocidade.

“O porto de Nova Iorque e os parques à beira do rio Hudson são anfiteatros naturais perfeitos para as regatas, trazendo toda a acção para perto do público. Isto foi o que fez de Nova Iorque a meca da vela internacional e a sede ideal para a America’s Cup por quase 100 anos. É uma honra trazer a competição de volta para esta cidade onde toda a história deste evento começou nos Estados Unidos.”, declarou o comissário comercial da ACEA, Harvey Schiller.

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