Traição de William com fantasma de Adrien preso no banco de nevoeiro

"Leões" não foram além de um nulo na Madeira, frente ao Nacional, e estão agora a sete pontos do líder.

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Rui Silva/AFP

Confirmaram-se os piores receios para o Sporting. Novo empate, agora sem golos (nem de penálti) e frente ao Nacional, depois das frustrações de Guimarães e com o Tondela, atiram o “leão” para uma zona nebulosa, sinistra mas suficientemente clara para revelar a súbita impotência para travar o que ameaça transformar-se já em queda livre.

Num quadro de crise de confiança e identidade, Jorge Jesus estava obrigado a agir. Assim, depois da alternativa natural a Adrien ter dado indicações suficientes de que não estava ainda à altura da responsabilidade, o treinador leonino deixava Elias de fora, para apostar na versatilidade de Bruno César.

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Jesus aproveitava a onda para riscar André da equação ofensiva, confiando a tarefa a Markovic, no apoio directo a Bas Dost.

O rival da Luz dilatara, instantes antes, para oito pontos, a vantagem sobre a formação de Alvalade, que assim surgia ainda mais pressionada na Choupana. Um garrote que podia ter sido aliviado ao minuto oito, marcado por uma placagem de Rui Correia a Coates, de que resultou o penálti que o Sporting precisava para se libertar das grilhetas que tolhiam movimentos e ideias. Mas William Carvalho cometeu alta traição, denunciando o remate que deixou o “leão” em suspenso.

O Nacional aproveitou os reflexos do guardião Rui Silva para interiorizar a lição deixada pela última visita do “dragão” e mantinha o adversário em sentido sob a batuta de Salvador Agra.

O nevoeiro espreitava e o fantasma de Adrien rondava sem que se vislumbrasse um rasgo... nem mesmo de Gelson. Jesus não se conformava e continuava a mexer nas pedras. Markovic revelava-se um erro de casting e saltava da engrenagem, duplicando a dose Ruiz com a entrada de Alan.

O efeito pretendido tardava e o Nacional era já uma ameaça real, com Ricardo Gomes a provocar sucessivas crises de ansiedade que Rui Patrício foi resolvendo a meias com a barra. O Sporting era submetido a uma tortura desumana sem que surgisse o antídoto eficaz. O jogo partia-se e Rui Correia procurava a redenção com um cabeceamento que deixaria o “leão” KO.

O tique-taque dos ponteiros avançava inclemente e nem Vasco Santos se deixava comover, negando o segundo penálti a que o Sporting tinha direito. Bruno César caía em plena área do Nacional com Salvador Agra a pressioná-lo pelas costas e a empurrar o brasileiro com o braço.

Era o tudo ou nada e o Sporting criava, finalmente, uma superioridade que lhe permitia alimentar a esperança... vã, pois já nem com Elias a fé regressava, cavando-se um fosso de sete pontos de profundidade para o primeiro lugar.

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