É um filme um bocado presunçoso, bastante mais simplório do que o que pretende ser - um pecado, aliás, bastante frequente na obra de Michael Haneke (como em "Benny's Video", por exemplo). Se tem os seus momentos e as suas ideias, cedo se torna refém de um virtuosismo descarnado e mecânico (à imagem do plano-sequência inicial), por vezes com o seu quê de oportunista (o segmento romeno, as referências ao Kosovo). Juliette Binoche confere alguma energia a um filme que se recusa a ter personagens, mas, manifestamente, não chega para dar a volta por cima. Ou então o problema de "Código Desconhecido" é apenas o facto de ainda estar muito fresca a memória de um filme notável, em vários pontos aproximável do de Haneke, mas com outra pujança e (sobretudo) com outro cinema: o "Adeus, Terra Firme" de Otar Iosseliani.
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