Todo o Património é Poesia em Évora com a primeira peça de Ai Weiwei exposta em Portugal

Mostra colectiva na Fundação Eugénio de Almeida inclui Stone Pillar, do dissidente chinês, entre muitas obras de artistas de várias nacionalidades.

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Ai Weiwei vive em prisão domiciliária e sem passaporte, por ser uma das vozes públicas mais activas contra o regime chinês David Gray/REUTERS

O dissidente chinês Ai Weiwei, que “expõe pela primeira vez em Portugal”, é um dos 20 artistas representados na exposição Todo o Património é Poesia, que está a partir deste sábado em Évora.

A mostra colectiva internacional é promovida pela Fundação Eugénio de Almeida (FEA) e vai poder ser visitada até 28 de Agosto, no fórum da instituição, em pleno centro histórico de Évora.

Além disso, também o Arquivo e Biblioteca da FEA, no Paço de S. Miguel, as Termas Romanas e a Igreja do Salvador vão acolher peças desta exposição, explicou a entidade organizadora.

A curadora da exposição e direCtora do Fórum Eugénio de Almeida, Filipa Oliveira, explicou à agência Lusa que o artista chinês Ai Weiwei, que “expõe pela primeira vez em Portugal”, vai ter “uma obra” presente na iniciativa.

Segundo a curadora, trata-se de “uma coluna de um antigo templo chinês, destruído pelo Exército Vermelho”, que o activista e dissidente, crítico do regime chinês, “pintou com tinta automóvel dourada”.

A mostra contempla, tal como acontece com Ai Weiwei, “grandes vultos da actualidade” artística, como “Anri Sala, Clemens Von Wedemeyer, Danh Võ ou Pedro Cabrita Reis”, e levanta questões e propõe uma reflexão sobre o Património na contemporaneidade, destacou a FEA.

David Maljkovic, E.B. Itso, Elisabetta Benassi, Francisco Tropa, Lara Almarcegui, Lida Abdul, Mariana Castillo Deball, Mariana Silva, Oswaldo Maciá, Pablo Bronstein, Richard Wentworth, Rirkrit Tiravanija, Susana Mendes Silva, Tonico Lemos Auad e Vasco Araújo são os outros autores das obras ou instalações expostas.

Os artistas representados “traduzem uma visão alternativa e contemporânea de Património, interpelando o público a repensá-lo, quer do ponto de vista individual, quer enquanto pilar da identidade e memória de uma comunidade e país”, disse a organização.

Promovida no âmbito do 30.º aniversário da classificação do centro histórico de Évora como Património Mundial, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a iniciativa é apontada como “central” na programação do fórum para este ano, virada para a reflexão sobre o património, mas também sobre a ideia de cidade. 

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