O fim dos Stone Temple Pilots

Os Stone Temple Pilots acabaram. A notícia foi dada à rádio norte-americana KIIS pelo guitarrista Dean DeLeo. O fim de uma das bandas mais fortes da vaga grunge foi ditado pela instabilidade, a que não são alheios os problemas de dependência do vocalista Scott Weiland.

“A par da beleza dos Stone Temple Pilots sempre houve um rasto negro. Ao olhar para trás, há pouca coisa que possa dizer que realmente apreciei sem na altura me perguntar se o chão não iria ceder debaixo dos nossos pés”, explicou o guitarrista.

A notícia, que ainda não foi confirmada pelo site oficial da banda norte-americana, surge numa altura em que Weiland acaba de receber novamente ordens do tribunal para entrar num programa de desintoxicação e internar-se num centro de reabilitação durante pelo menos seis meses. A decisão foi determinada na sequência da sua detenção em Hollywood no mês passado, depois de um acidente de viação. Além de ter fugido do local, foi acusado de conduzir sob a influência de álcool e drogas.

É há muito conhecida a dependência de heroína de Weiland, que por várias vezes esteve na origem de outras detenções (chegou a cumprir pena de prisão em 1999) e que por diversas vezes motivou interregnos na carreira dos Stone Temple Pilots.

A separação era já uma sombra antiga, mas recentemente tornou-se ainda mais provável depois de Weiland ter sido anunciado como o vocalista dos Velvet Revolver, a banda que reúne os ex-Guns n’ Roses Slash, Duff McKagan e Matt Sorum (o primeiro álbum está previsto para Fevereiro).

Além disso, foi recentemente editado “Thank You”, um “best of” dos Stone Temple Pilots que muitos consideraram o testemunho final do grupo. A compilação inclui “All in the suit that you wear”, um tema novo gravado há meses que fica como a derradeira canção da banda.

Os Stone Temple Pilots nasceram para a fama logo com o primeiro álbum, conquistando uma larga fatia de público à escala mundial. Mas a crítica nem sempre ficou convencida: o facto de terem aparecido em pleno despertar do grunge gerou inevitáveis comparações com o som de nomes como Pearl Jam ou Alice In Chains.

Para a história ficam grandes canções como “Plush”, “Creep”, “Big empty”, “Sex Type Thing” ou “Trippin’ on a hole in a paper heart” e cinco álbuns de originais: “Core” (1992), “Purple” (1994), “Tiny Music... Songs from the Vatican Gift Shop” (1996), “N.º 4” (1999) e “Shangri-La Dee Da” (2001). Isto sem esquecer o álbum a solo de Scott Weiland, “12 Bar Blues”, editado em 1998.

Na memória do público português fica também o alucinante e portentoso concerto que a banda protagonizou na edição de 2001 do festival de Paredes de Coura.

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