Ministro da Cultura diz que aceitou pedido de desculpas do director do MNAA

António Filipe Pimentel tinha alertado para o risco de "calamidade" no museu de Lisboa. Mais tarde, escreveu a Luís Filipe Castro Mendes a pedir desculpas formais pelas suas declarações.

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Luís Filipe Castro Mendes Nelson Garrido

O ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, disse este domingo à agência Lusa, em Santarém, que o "caso" gerado por declarações do director do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), António Pimentel, "está encerrado".

Questionado sobre se aceitou o pedido de desculpas enviado por escrito por António Filipe Pimentel, após a polémica criada por declarações suas feitas na Escola de Quadros do CDS, o ministro limitou-se a declarar: "Sim, sim. Está encerrado".

António Filipe Pimentel havia alertado para as condições no MNAA, salientando que "um destes dias há uma calamidade no museu", porque se anda a "brincar ao património". "São 64 pessoas para 82 salas abertas ao público. De certeza absoluta que um destes dias há uma calamidade no museu. Só pode, porque andamos a brincar ao património. Mas, a esta altura, todas as tutelas dispõem de toda a informação cabal do que vai acontecer, mas, quando acontecer, abre os telejornais", avisou António Filipe Pimentel.

No mesmo dia, o ministro da Cultura afirmou, em declaração ao PÚBLICO, desconhecer "qualquer ocorrência concreta" que justificasse a admissão, pelo director do MNAA, de "uma calamidade", e acrescentou que iria chamá-lo a despacho para lhe pedir explicações.

Na passada quinta-feira, o Diário de Notícias adiantou que o director do museu enviara uma carta a pedir desculpas formais ao Ministério da Cultura, na qual realçava também a sua relação pessoal com Luís Filipe Castro Mendes, "que se tem distinguido pela sua elevada qualidade". "É à sua luz – porque as instituições se fazem de pessoas – que, peço, queira aceitar este pedido de formais desculpas", escreveu o responsável na carta a que o DN teve acesso.

Nessa missiva, o director do MNAA classificou os "acontecimentos de sexta-feira como infelizes". António Filipe Pimentel admitia as suas afirmações, "embora descontextualizadas", e dizia não ter "dúvidas sobre a sua manifesta inoportunidade, se retrospectivamente observadas e com olhos e ouvidos descomprometidos, justamente os de quantos a leram e ouviram".

Questionado, na semana passada, pela agência Lusa sobre a "calamidade no museu", António Filipe Pimentel explicou que se relaciona com a segurança, já que os recursos humanos são escassos. "O museu tem de garantir a segurança do património e gere no limite esse processo". Basicamente, o director explicou à Lusa que disse, em Peniche, o que é público e que é do conhecimento da tutela (falta de recursos humanos, a nível de segurança e de técnicos superiores), mas usando palavras diferentes, "num contexto de sala de aula".

António Filipe Pimentel salientou a sua preocupação com a segurança do património exposto, mas disse acreditar que o assunto será resolvido "atempadamente", e negou que estivesse "a fazer passar uma mensagem", por não ser o seu estilo nem fazer sentido.

 

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