Attenberg

Depois de “Canino” (realizado por Yorgos Lanthimos, que até é um dos actores de “Attenberg”), nova oportunidade para continuar a aprendizagem do mal-estar grego. E como em “Canino”, a espécie humana (ou os exemplares gregos da espécie humana) é olhada à distância, como por um microscópio, transformada em coisa estranha e só superficialmente reconhecível. Nos antípodas da compaixão, nos antípodas da “simpatia”: seja o sexo, seja a família, está tudo por redescobrir e reavaliar, como nos programas de David Attenborough sobre a vida selvagem. Cerebral, vagamente “ascético”, decididamente “clínico”, “Attenberg” nem esquece a consequência cinematográfica imediata dessa atitude: a fronteira com o burlesco. Original, vigoroso, inteligente, ou de como da Grécia não chegam só más notícias.

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