O projecto de voluntariado do Rock In Rio que funcionava em parceria com o Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) foi revogado, há dois anos, por despacho de Pedro Mota Soares, ministro com a tutela do Emprego no Governo de Pedro Passos Coelho. A nova legislação só entrou em vigor após a edição de 2015 do festival.

O Rock In Rio abriu vagas para voluntários em 2016, que no entanto não serão preenchidas. “O Rock in Rio mantém o apoio ao IPDJ e aos jovens através de iniciativas e apoios que fomentem a formação dos jovens, e esperamos numa próxima edição poder voltar a contar com os voluntários”, revelou fonte do gabinete de comunicação do festival ao PÚBLICO.

Apesar de a taxa de desemprego jovem ter passado de 13,7% nos primeiros três meses de 2015 para 12,4% em 2016, o Estado não tem condições para permitir protocolos de trabalho gratuito. O que resulta em 640.200 pessoas desempregadas. Isto porque, segundo o gabinete do actual ministro da tutela, Vieira da Silva, ainda existem “grandes fragilidades no mercado de trabalho em Portugal”.

Face à falta dos habituais 400 voluntários, a mesma fonte do Rock In Rio esclareceu que “houve um alargamento de horários da equipa de produção que habitualmente trabalha nas outras edições”.

A versão portuguesa do festival começou, logo na primeira edição, em 2004, a funcionar com voluntários – um modelo que replicou em Madrid e no Rio de Janeiro. “O Projecto de Voluntariado desenvolvido em Lisboa tem vindo a revelar-se um sucesso cada vez maior, comprovado pelo aumento do número de inscrições a cada edição, e tem servido de modelo às edições de Madrid e do Rio de Janeiro”, diz a vice-presidente executiva do Rock In Rio, Roberta Medina, numa declaração publicada no site do festival.

O Rock In Rio começa nesta quinta-feira, com Bruce Springsteen a encabeçar o cartaz.

Texto editado por Hugo Torres