Washington teme que “maioria” dos reféns em Gaza já estejam mortos

O acordo em consideração prevê a libertação, numa primeira fase, de 40 mulheres, crianças, idosos e pessoas a precisar de cuidados médicos, mas o Hamas não encontra 40 reféns nessas categorias.

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Protesto a pedir a libertação dos reféns, esta quinta-feira, em Tel Aviv Hannah McKay/Reuters
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Depois de o Hamas ter dito aos negociadores que não tem 40 reféns ainda vivos que caibam nos critérios “humanitários” estabelecidos nas negociações para um acordo de cessar-fogo com Israel, soube-se que os Estados Unidos temem que a “maioria” dos capturados pelo movimento islamista ainda na Faixa Gaza já tenham morrido. Até agora, as Forças de Defesa de Israel confirmaram a morte de 34 reféns, de um total de 133.

“Em privado, responsáveis israelitas e norte-americanos estimam que o número de mortos pode ser muito superior”, escreveu o jornal The Wall Street Journal. “Algumas estimativas dos EUA indicam que a maioria dos reféns já estão mortos”, lê-se ainda no diário, que cita responsáveis que conhecem as informações dos serviços secretos sobre o tema.

Ainda de acordo com o jornal norte-americano, a informação disponível aponta para que vários reféns tenham sido mortos nos ataques israelitas contra Gaza – no início da guerra, o Hamas chegou a anunciar diariamente o número de capturados que dizia estarem a morrer nos bombardeamentos – e que outros tenham morrido por estarem doentes ou feridos (em alguns casos, ferimentos sofridos quando foram raptados, nos ataques de 7 de Outubro).

Ao todo, o movimento palestiniano levou para Gaza 253 reféns. Destes, 105 foram libertados nos sete dias que durou a trégua de Novembro, em troca de prisioneiros palestinianos encarcerados nas cadeias de Israel. Nessa altura, já o Hamas tinha libertado quatro reféns. Entretanto, as tropas israelitas resgataram três pessoas com vida e trouxeram do enclave os corpos de 12 (contando com militares mortos já na guerra lançada por Israel), incluindo três reféns mortos por engano pelas IDF.

Na última versão do acordo que está a ser analisado pelo Hamas, prevê-se uma primeira fase em que serão libertados 40 mulheres, crianças, idosos e pessoas a precisar de cuidados médicos, todos vivos – em troca de 400 palestinianos e de um cessar-fogo de várias semanas. Segundo o canal de televisão israelita Kan, Israel insiste que o Hamas liberte 40 reféns vivos, mesmo que inclua nesse número homens adultos e soldados, reféns que o movimento quererá manter cativos para poder depois negociar uma trégua definitiva.

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