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As despesas excepcionais do OE

Afirmam economistas não enfeudados a partidos políticos que se Luís Montenegro conseguir combater o maior crime económico-social – as despesas excepcionais do Orçamento do Estado (OE) –, despesas excepcionais que representam 11 mil milhões de euros, 10% do Orçamento do Estado, mais do que a colecta anual de IRC, poderá o novo primeiro-ministro fazer um brilharete descendo de forma acentuada os impostos (IRC, IRS ou o IVA) já este ano de 2024. Esperemos para ver, realmente, o que fará Luís Montenegro.

António Cândido Miguéis, Vila Real

O peso dos salários no PIB

Desde a adesão ao euro, segundo indica o Eurostat, o peso ajustado dos salários no PIB (produto interno bruto) baixou de 60,1%, em 1998, para 52,9% em 2023, confirmando a perda de poder de compra dos trabalhadores nos últimos anos. Portugal foi, dos 20 países da zona euro, daqueles onde a quebra dos salários teve maior expressão. Esta realidade contraria e desmente todos que só vêem benefícios, privilégios e mordomias na UE.

Ernesto Silva, Vila Nova de Gaia

​Desafios governamentais

O novo Governo não vai ter vida facilitada, tendo em conta o muito que há por fazer e que exige o esforço conjunto do Governo por inteiro, para encontrar respostas para os problemas de uma sociedade dividida e fracturada que se manifestou num acto eleitoral em que ficou clara a posição de muitos.

Recentemente ouvimos a posição de um magistrado que devolveu a pensão de 26 mil euros a um cidadão indiciado em processos judiciais, que decorrem do seu suposto envolvimento em actos de corrupção, e que mostram que a reforma do sistema judicial tem ficado fora da agenda política, o que contribui para o descrédito da mesma.

Os desafios do novo Governo, perante as incertezas do futuro e a realidade que o país vive, obrigam a uma eleição de prioridades no que diz respeito à aplicação dos dinheiros públicos que reflectem o famigerado excedente orçamental de uma economia débil, mas onde existe dinheiro para pagar pensões chorudas, num país onde são vividas e sentidas muitas injustiças sociais.

Américo Lourenço, Sines

Serviço militar obrigatório

Na boleia do discurso armamentista que ganha cada vez mais adeptos na União Europeia, Gouveia e Melo, chefe do Estado-Maior da Armada, defende o regresso do serviço militar obrigatório (SMO). Com a falta de efectivos dados os baixos salários, a obrigatoriedade iria catapultar serviço mal pago. Convém recordar que o SMO foi abolido durante o governo de António Guterres. Não foi por acaso que o socialista se sentou no cadeirão da ONU. O antigo dirigente socialista é um defensor acérrimo da paz. A União Europeia é dirigida por líderes políticos que pouco pronunciam a palavra paz.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

Porque será?

Não consigo compreender, e talvez que ninguém não faccioso o consiga fazer, porque é que Israel não deixa chegar a ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Será que Netanyahu quer mesmo matar alguns milhares de palestinianos à fome? Talvez não, mas a forma como actua também pode indicar o contrário. Haja respeito pela vida humana. Mesmo em guerra não pode valer tudo. A pergunta simples que quero fazer é tão-somente esta: têm ou não os palestinianos direito a existirem e a terem um Estado palestiniano? Claro que sim, obviamente, e por isso recordo, porque é um facto relevante para o actual contexto, que Israel foi criado por uma resolução da ONU em Maio de 1948. Há factos a que não podemos fechar os olhos.

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

Não à caça às bruxas

Não parecendo que a actual chefe da Comissão Europeia tenha feito um mandato em defesa da unidade solidificada da UE, também é necessário ter cuidado para não se entrar numa caça às bruxas. A chefe da Comissão Europeia parece ter estado bem na necessidade urgente das vacinas anticovid-19. Não sendo a pessoa mais indicada para unir os 27, quando durante o primeiro mandato perdeu mais tempo com Kiev do que utilizou com todas e cada uma das capitais da UE, também não será o tempo pré-eleitoral na UE o mais apropriado para investigações. Parece estar a cair "em uso", a nível europeu, levantar suspeitas sobre quem está nas respectivas governações. E, como é evidente, faz com que surjam puxões às direitas, até pelas fake news, e, algo que estranhamente não preocupa seriamente a UE e cada um dos 27, devido à forte espionagem russa. Haja cuidado, ou vai implodir a União Europeia.

Augusto Küttner de Magalhães, Porto

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