Especialista em minas vai liderar pasta da Energia no novo Governo

A investigadora e professora do Instituto Superior Técnico Maria João Pereira será a nova secretária de Estado da Energia no Ministério conduzido por Maria da Graça Carvalho.

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A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, terá Maria João Pereira a liderar a secretaria de Estado da Energia Nuno Ferreira Santos
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Para a pasta da Energia no Ministério do Ambiente e Energia de Maria da Graça Carvalho, o novo primeiro-ministro, Luís Montenegro, escolheu uma académica, especialista em recursos minerais e energéticos.

Com licenciatura e doutoramento em Engenharia de Minas pelo Instituto Superior Técnico (IST), a futura secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira, é investigadora e presidente do Departamento de Engenharia e Recursos Minerais e Energéticos do IST, onde dá aulas.

Segundo a sua página pessoal nesta universidade, neste ano lectivo 2023/2024 lecciona quatro disciplinas: Análise Multivariada de Dados Regionalizados, Detecção Remota, Grandes Desafios e os Recursos da Terra e Amostragem e Métodos de Análise Ambiental.

É também uma das coordenadoras do centro de pesquisa sobre recursos naturais e ambiente (Cerena) do IST, a que presidiu entre 2012 e 2021. Segundo o perfil publicado na página do Cerena, participou em mais de 30 projectos científicos e publicou mais de 120 artigos em jornais científicos ao longo da carreira.

Pela frente, na pasta da energia, terá desafios no campo das energias limpas e gases renováveis, mas também na área da exploração mineira, nomeadamente as controversas concessões do lítio, em que terá de se articular com o novo secretário de Estado do Ambiente, o ex-presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Emídio Sousa.

Maria João Pereira assume a pasta da Energia num momento de instabilidade geopolítica, em que os mercados energéticos continuam a demonstrar grande volatilidade, pelo que a questão dos preços, do acesso à energia e a soluções de eficiência energética para famílias e empresas terão de manter-se como uma das principais linhas da política energética. Mas o que serão os planos concretos do elenco executivo liderado por Luís Montenegro nesta área só serão conhecidos na próxima semana, com a apresentação do plano de Governo, prevista para dia 10 de Abril.

O lançamento dos leilões de energias eólicas offshore e de gases renováveis são alguns dos dossiers mais urgentes, de acordo com a pasta de transição deixada pelo anterior executivo de António Costa. Depois de 49 consórcios terem manifestado interesse em produzir energia eólica na costa portuguesa, “a fase de pré-qualificação e licitação deverá ser iniciada ainda durante o 1.º semestre do ano”, de acordo com o documento divulgado no final de Março.

As peças concursais de um futuro leilão de compra centralizada de biometano e hidrogénio “encontram-se preparadas e as condições referentes aos auxílios de Estado já foram negociadas com a Comissão Europeia. O leilão encontra-se pronto para lançamento”, garantiu ainda o anterior Governo.

Outras áreas de intervenção que o anterior executivo deixou na pasta de transição são a implementação do plano nacional de combate à pobreza energética e garantir a adaptação da rede eléctrica à recepção de maior capacidade renovável, incluindo o lançamento de um concurso para aumentar a capacidade de armazenamento energético.

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