“Severa tempestade geomagnética” pode trazer auroras boreais mais para sul

Já se previa que 2024 fosse um ano de forte actividade solar, uma vez que o ciclo de 11 anos atinge o seu pico.

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As Luzes do Norte em Sommaroy, Noruega, em Fevereiro REUTERS/Lisi Niesner
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Uma "severa tempestade geomagnética" pode trazer auroras boreais mais fortes e visíveis mais a sul do que é habitual este domingo e segunda-feira. O alerta é da Administração para o Oceano e a Atmosfera (NOAA, na sigla em inglês) norte-americana, que vigia a actividade solar.

Quando há tempestades solares e ejecções de massa coronal (CME, na sigla em inglês), uma onda de partículas bombardeia a atmosfera superior da Terra: a consequência mais benigna são as auroras (boreais e austrais), mas as tempestades geomagnéticas podem também perturbar os sistemas eléctricos.

Este domingo a NOAA registou níveis G4 (numa escala de G1 a G5, os mais graves) — nestes casos, o organismo notifica "os operadores de infra-estruturas que possam ser afectadas para mitigar possíveis impactos", nomeadamente na operação de satélites e GPS, mas não há motivos de preocupação "para o público em geral".

A ejecção de massa coronal aconteceu na sexta-feira e as partículas atingiram a atmosfera da Terra este domingo à tarde.

A consequência imediata é o alargamento das zonas onde se poderão ver as auroras, que nestas situações são por vezes visíveis em latitudes muito baixas do que é costume — se o estado do tempo ajudar e o céu não estiver coberto de nuvens.

Para este ano já se previa um aumento da actividade do Sol, já que o ciclo é de 11 anos e deveria agora atingir o seu pico, desencadeando “mais tempestades e ventos solares, e ejecções de massa coronal – fenómenos que originam auroras boreais”, explicava Ricardo Gafeira, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, na Universidade de Coimbra, no início do ano, ao PÚBLICO.

E qual é a possibilidade de ver uma aurora boreal em Portugal? “É extremamente improvável, embora possa acontecer, já que estamos a falar do pico de actividade solar”, dizia também Fernando Pinheiro, cientista do Centro de Investigação da Terra e do Espaço da Universidade de Coimbra.

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