A Geografia Particular de Mafalda Veiga é EP e canção, aqui vista por Selma Uamusse

É já amanhã que sai o novo disco de Mafalda Veiga, um EP intitulado Geografia Particular. A assinalar este lançamento, a cantora e compositora desafiou outros músicos a falarem de cada uma das cinco canções do disco, depoimentos que o PÚBLICO tem vindo a divulgar em exclusivo. Depois de Samuel Úria ter aqui falado de Óscar, Diogo Piçarra de Esta canção e Luísa Sobral de Madrid ou Pequim, é hoje a vez de Selma Uamusse falar de um inédito, precisamente aquele que dá título ao disco, e cujo videoclipe, com realização de Tomás Baltazar, será publicado dia 3 de Abril. Trata-se de Geografia particular, com letra e música de Mafalda Veiga e produção de João Só. Acerca dele, diz Selma Uamusse: “As canções da Mafalda têm, efectivamente, uma geografia muito particular, peculiar, uma geografia que nos leva sempre ao amor. [...] Emocionei-me muito ao ouvir esta canção. [...] Este lugar da memória e de não pensarmos apenas naquilo que é presente, mas na forma como o nosso passado nos molda, é algo que me deixa muito tocada e muito emocionada. Obrigada, Mafalda, por esta canção, e obrigada por me levares a este lugar.” No final do depoimento de Selma Uamusse, podem ver-se já alguns excertos do videoclipe.

Para Mafalda Veiga, esta é a canção que simboliza todo o disco: “Eu sempre achei que a música tinha poderes de “máquina do tempo”, de nos poder transportar para um momento do passado de uma forma tão sensorial e tão intacta que é como se voltássemos a estar inteiros ali, ao primeiro acorde. É como se ela possuísse o código para uma “geografia particular”, uma geografia que é pertença de cada pessoa, um mapa interior de memórias e de emoções para onde cada canção que nos é especial consegue guiar-nos, a cada um de nós que a ouve, com a exactidão de um GPS”. E isto está presente em todo o disco, afirma: “Este novo EP, escrito em rascunhos que nem sempre guardei, fala sobre essa minha geografia de muitas maneiras e sobre a forma particular como se cruza com a de outros. Fala sobre os sonhos e a vida de pessoas que não conheço e me comovem, sobre canções que simplesmente, e sem pensar em nada, prometi escrever e que, mesmo assim, com imperfeita noção da sua inutilidade, querem poder significar tudo para alguém. Fala sobre encontros e desencontros, livros, discos, cidades trocadas e passos que não se acertam. Fala sobre os lugares da infância que cabem na concha da mão e sobre os castelos que erguemos enquanto pedimos às estrelas para não terem fim. Fala sobre estarmos juntos e brindar à vida, é isso, brindar à vida tal qual ela é. E cantar o Sérgio de fio a pavio. E dançar o Bowie de copo na mão.”