Militares avisam que promoções continuam a “pecar por atraso” e exigem mudança

A Associação Nacional de Sargentos sublinhou que a aprovação das promoções devia ter sido feita “antes do final do ano 2023” para permitir a actualização das carreiras dos militares em 2024.

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O Ministério da Defesa anunciou que 6459 militares dos três ramos das Forças Armadas vão ser promovidos este ano José Sena Goulão
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A Associação Nacional de Sargentos alertou este domingo que as promoções anunciadas na sexta-feira para as Forças Armadas chegaram novamente com atraso, causando prejuízos aos militares, e exigem alterações para que promoções e remunerações sejam efectivadas atempadamente.

Na sexta-feira, o Ministério da Defesa anunciou que 6459 militares dos três ramos das Forças Armadas vão ser promovidos este ano, beneficiando da actualização da sua posição na carreira com efeitos remuneratórios.

A Associação Nacional de Sargentos (ANS) reagiu, em comunicado, afirmando que o anúncio do Governo ainda em funções não tem qualquer novidade e que, apesar de a aprovação em 2024 acontecer mais cedo do que em 2023 e 2022, "continua a pecar por atraso".

"O plano de promoções nas Forças Armadas deveria ter sido aprovado antes do final do ano 2023, anterior àquele a que as promoções dizem respeito, para permitir, assim, que as mulheres e os homens militares e militarizados dos diferentes ramos vissem actualizada a sua posição na carreira em 2024, com os correspondentes efeitos remuneratórios, reconhecidos à data da abertura da vaga para a promoção e não como vem acontecendo", afirma.

Para a ANS "é da mais elementar justiça conferir o direito à remuneração no posto desde a data da antiguidade expressa no respectivo despacho de promoção", com efeitos retroactivos.

A organização alerta que estes atrasos causam prejuízos financeiros (atraso no diferencial de vencimento), funcionais (o militar exerce funções de um cargo inferior ao que já deveria ter), motivacionais e sociais (pelo prejuízo que causa no cálculo das pensões de reforma).

Por isso, os militares exigem a alteração do Estatuto dos Militares das Forças Armadas, para que a remuneração seja atribuída a partir da data correspondente ao novo posto.

"Com esta proposta retomar-se-ia uma prática anterior e ficaria assim eliminada uma norma austeritária e economicista dos tempos da troika, que se mantém até hoje, unicamente por vontade dos governos", afirmam, instando o governo que vier a tomar posse a "dar a devida atenção a estas matérias".

No comunicado divulgado na sexta-feira, o Governo especificava que o plano de promoções nas Forças Armadas aprovado abrange 1538 militares e 95 militarizados da Marinha, 3335 militares do Exército e 1491 da Força Aérea.

Segundo essa nota, este ano a aprovação do plano de promoções ocorreu ainda mais cedo do que em 2023 e 2022 para permitir que as promoções dos militares abrangidos ocorram ao longo do ano a que respeitam.

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