Ventura carrega nas críticas ao PSD na “batalha” contra o voto útil

Presidente do Chega nunca poupou a AD nem Montenegro, mas com a campanha quase no fim, os sociais-democratas têm sido o alvo preferencial de Ventura.

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A arruada do Chega em Beja LUSA/NUNO VEIGA
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André Ventura tem “malhado” em todos os seus adversários políticos, muitas vezes de forma ofensiva, quase todos os dias. Nos últimos dois, “carregou” nas críticas à AD e a Luís Montenegro, num claro combate ao voto útil que pode ajudar a coligação de centro-direita, mas também o PS.

Nesta quarta-feira, em Beja, Montenegro e os sociais-democratas estiveram sempre presentes nas duas vezes em que falou, durante um almoço-comício e numa arruada. O primeiro alvo foi o presidente do PSD, que na véspera tinha feito um apelo aos apoiantes do Chega para que votassem na AD e não “num partido extremista”. “Nós somos extremistas é contra a corrupção, por uma saúde decente, na absoluta incondicionalidade de não suportar o PS. E é isso que Montenegro não percebe", disse André Ventura.

O líder do Chega foi mais longe e assumiu querer acabar com o bipartidarismo em Portugal: "Somos o único partido que está a lutar contra a bipartidarização" que, sustenta, "não deu nenhuma mudança a Portugal".

Depois, voltou a atirar ao líder do PSD, desta vez por ter trazido Rui Rio para a campanha da AD. "Não compreendo é que o vá buscar, se a campanha dele foi para tirar o rioísmo do PSD. O Rui Rio que apoiou o orçamento do PS, o Rui Rio que permitiu as intervenções o PS na TAP e noutras. O Rui Rio que deu a maioria absoluta aos socialistas. Isto é sinal de que este PSD gosta mais do PS do que da direita", afirmou depois da arruada em Beja.

Os jornalistas lembraram Ventura de que Rui Rio, ao contrário de Montenegro, nunca disse “não é não” ao Chega e que, algumas vezes, em 2022, até foi ambíguo sobre um eventual acordo com este partido, o que terá contribuído para a maioria absoluta do PS. A resposta saiu pronta: “No tempo em que Rui Rio, nas vossas palavras, era ambíguo em relação ao Chega, tínhamos 6, 7% nas sondagens, hoje temos 16 a 20%. Até pelo que dizem, Montenegro não devia ter Rio na sua campanha."

Na véspera, o presidente do Chega tinha insistido na convicção de que haverá um Governo de direita após as eleições, e que, se Montenegro não quiser fazer acordos com o seu partido, será “corrido” da liderança do PSD. Mas ao mesmo tempo sustentou que a forma mais fácil de “correr” com o actual líder do PSD seria o PS ganhar as eleições. Confrontado com o paradoxo, respondeu que a vitória do PS “nunca é a melhor solução”: “É sempre a pior, o que nós queremos é que o Chega ganhe as eleições.”

Na noite desta quarta-feira, o jantar-comício do Chega conta com a presença de Santiago Abascal, líder do também partido de direita radical espanhol Vox. Movimento que últimas eleições no país vizinho perdeu muitos votos, o que contribuiu para que o PSOE formasse governo. Ventura diz ter a certeza de que em Portugal será diferente. “O que tenho visto no país inteiro é que vamos ter um resultado muito acima do que teve o Vox em Espanha", sustentou.

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