Sampaio da Nóvoa esteve com a CDU para criticar antidemocratas e Passos Coelho

O antigo candidato à presidência da República marcou presença na sessão “Abril: Democracia, Liberdade, Cultura”, organizada pela coligação que Paulo Raimundo lidera.

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António Sampaio da Nóvoa é conselheiro de Estado e foi candidato à presidência em 2016 Nuno Ferreira Santos
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António Sampaio da Nóvoa, candidato à presidência da República em 2016, juntou-se esta quinta-feira a uma sessão pública organizada pela CDU. O conselheiro de Estado não anunciou o seu apoio à coligação liderada por Paulo Raimundo, mas assumiu sentir “revolta contra as forças antidemocráticas”. Apontou ainda o dedo ao antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, por ter associado a imigração a um aumento da insegurança, ignorando as mortes que se registam no Mediterrâneo.

Foi perante uma sala cheia na Casa do Alentejo, em Lisboa, que o antigo candidato à presidência (apoiado por personalidades socialistas como o actual presidente do PS, Carlos César) se fez ouvir. Na sessão intitulada “Abril: Democracia, Liberdade, Cultura”, Sampaio da Nóvoa foi claro: “Sinto revolta contra forças antidemocráticas, tendências que nos arrastam para o ódio e violência.”

Considerando que “podemos estar à beira de uma fragmentação dramática das nossas sociedades”, o antigo embaixador na UNESCO alertou que os “movimentos contra a democracia e a liberdade” se alimentam das “dúvidas” que existem relativamente ao futuro do país. E defendeu que, na campanha para as eleições de 10 de Março, se tem registado uma “repetição dos mesmos temas e ideias”. É “como se caminhássemos alegremente para o abismo, incapazes de compreender a necessidade de novas políticas”, disse.

Numa crítica a todas as forças políticas, defendeu ser necessário “trazer para o debate a complexidade dos temas que estão a transformar as nossas vidas”. Para Sampaio da Nóvoa, “mais do que arranjos ou divisões ideológicas, a nossa grande fronteira hoje são os direitos humanos”. Motivo pelo qual trouxe para a sua intervenção o tema da imigração.

“Afinal, a tão acelerada globalização é só dos bens e mercados? Não é das pessoas e culturas?”, questionou. E logo atirou contra Passos: “Como é possível vivermos em paz com a vergonha da indiferença perante as mortes no [mar] Mediterrâneo? E o que se diz sobre isto, quando se diz, é para falar da insegurança?".

Em causa estão as declarações do antigo primeiro-ministro na segunda-feira: "Precisamos de ter um país aberto à imigração, mas cuidado... As pessoas sentem uma insegurança que é resultado da falta de investimento e prioridade que se deu a essas matérias."

Sampaio da Nóvoa concluiu citando o antigo Presidente da República Jorge Sampaio: “Precisamos de construir um novo contrato social baseado na consciência de que todos dependemos de todos. A solidariedade não é facultativa, é um dever.”

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