Steve Paxton (1939-2024), o coreógrafo que fez do andar dança

Acreditava que o corpo gosta de se mexer e que qualquer movimento pode transformar-se em dança. Como pensador, criador, intérprete, o seu contributo para esta arte tal como hoje a conhecemos é imenso.

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Steve Paxton fotografado na varanda de um apartamento em Lisboa, na sua última vinda a Portugal, em 2019 Nuno Ferreira Santos

Falava quase sempre devagar, como se precisasse de andar à procura das palavras ou de as pesar. Escolhia-as com cuidado quando conversava sobre o seu trabalho e, mesmo quando era longo o silêncio entre frases ao explicar uma ideia, uma intenção, nem sempre as encontrava. Trocar a palavra dita por gestos era-lhe, por isso, natural e a combinação de ambos fazia das conferências em que partilhava as suas curiosidades (infinitas) e dava a conhecer o seu percurso profissional — 60 anos dedicados à dança, à pesquisa do movimento e ao conhecimento do corpo que se revelaram fundamentais para a dança pós-moderna e contemporânea — um privilégio raro para quem o ouvia.

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