Governo alemão reduz previsão de crescimento para 0,2% em 2024

Nova estimativa do Governo germânico representa uma descida em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto de 1,3% estimado anteriormente.

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O chanceler alemão Olaf Scholz e o ministro da Economia Robert Habeck EPA/HANNIBAL HANSCHKE
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O Governo alemão reviu esta quarta-feira em baixa a sua previsão de crescimento económico para este ano, apontando para um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,2% em vez de 1,3%, num cenário de crise.

Esta crise é causada por múltiplos factores que se acumulam e penalizam o sector industrial alemão, que representa cerca de 20% do PIB e ainda não regressou aos níveis de produção anteriores à pandemia de covid-19.

O PIB da Alemanha teve um recuo de 0,3% no final do ano passado. A indústria tem sido atingida pelos custos da energia mais elevados desde o início da guerra na Ucrânia, com o fim do fornecimento de gás da Rússia.

O aumento das taxas de juro decidido pelo Banco Central Europeu (BCE) para travar a inflação penaliza a procura e o investimento. O comércio internacional, pressionado pela desaceleração da China, não permite compensar a fraca procura interna nem manter o alto nível de exportações que representava a força da economia alemã.

A transição climática também apresenta dificuldades para vários sectores, que consideram não ter subvenções ao mesmo nível dos seus concorrentes, nomeadamente os norte-americanos.

A indústria automóvel, outro pilar da economia, sofre com o abrandamento nas vendas de veículos eléctricos após o fim dos apoios públicos para a compra.

Segundo um relatório ministerial publicado esta quarta-feira, o país pode registar um crescimento anémico nos próximos tempos, com um “potencial” de cerca de 0,5% ao ano até 2028, devido a fragilidades estruturais ligadas nomeadamente à falta de mão-de-obra.

Esta situação “é um desafio, um desafio extremo”, declarou o ministro da Economia, Robert Habeck, em conferência de imprensa, apelando à aceleração de reformas para defesa da “competitividade industrial da Alemanha”. “A saída da crise é mais lenta do que esperávamos. A economia mundial está volátil, o crescimento do comércio internacional está em níveis muito baixos e isso, para um país exportador como a Alemanha, constitui um risco”, acrescentou.

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