Centenas prestam homenagem a Navalny em Lisboa e pedem libertação dos presos políticos

Opositor do presidente russo, Alexei Navalny estava numa prisão no Árctico a cumprir uma pena de 19 anos. Dirigentes ocidentais e apoiantes de Navalny responsabilizam Vladimir Putin pela sua morte.

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Centenas de pessoas prestaram homenagem a Alexei Navalny em Lisboa LUSA/RUI MINDERICO
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Algumas centenas de pessoas concentraram-se este sábado junto à Embaixada da Rússia em Lisboa, para homenagear o opositor do Kremlin Alexei Navalny, que morreu na sexta-feira na prisão, e exigir a libertação dos presos políticos no país liderado por Vladimir Putin.

"Libertem os presos políticos" e "a Rússia vai ser livre" foram algumas das frases entoadas em coro pelas centenas de pessoas, sobretudo jovens russos, que se juntaram em frente à representação russa em Lisboa, para prestar homenagem a Alexei Navalny.

O opositor russo, um dos principais críticos de Vladimir Putin, morreu na prisão, segundo informou na sexta-feira o serviço penitenciário federal da Rússia.

Os apoiantes de Navalny concentraram-se ao redor de uma árvore que funciona como memorial onde são depositadas flores, velas e cartazes onde é possível ler, entre outras mensagens, "Alexei foi assassinado por Putin" ou "Não vamos desistir".

"O nosso líder está morto, mas a nossa resposta é "mataram um Alexei Navalny, vai haver milhões de Alexei Navalnys"", disse à Lusa Timofei Bugaevskii, que participa todos os sábados em concentrações contra o regime de Vladimir Putin.

Também Maria Alandarenko, que conhecia Navalny desde 2011 e apoiou a equipa do opositor antes de deixar a Rússia e vir para Portugal, lembrou todos os presos políticos na Rússia, condenados apenas porque "disseram a verdade", alertando para o perigo que correm.

Visivelmente transtornada, Alandarenko deixou uma mensagem a todos os europeus: "Não pensem que a Rússia é muito longe, que Putin está longe", alertou.

Admitindo não saber como parar Vladimir Putin, a jovem russa acredita que é o chamado "mundo livre" que pode fazer a diferença, porque, disse, na Rússia "é impossível" lutar.

"Putin é o principal inimigo de todos os seres humanos. Precisamos de mais políticos, mais jornalistas, mais activistas, toda a gente devia unir-se [contra ele]", instou.

Para Yuri B., "Putin deve ser remetido aos livros de história e não deve pertencer ao mundo real".

"O futuro é a paz, todas as nações em comunidade e não divididas por diferentes ideologias e pontos de vista. A guerra é algo do passado, não pertence no século XXI", defendeu, em declarações à Lusa, condenando a invasão da Ucrânia, levada a cabo pelo regime de Putin.

Navalny, de 47 anos, estava numa prisão no Árctico, para cumprir uma pena de 19 anos de prisão sob "regime especial" e, segundo aqueles serviços, sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.

Até ao momento, a equipa de Navalny não confirmou esta informação, mas destacados dirigentes ocidentais e os apoiantes do opositor responsabilizam o presidente russo, Vladimir Putin, pela sua morte.

De acordo com a organização não-governamental OVD-Info, mais de cem pessoas foram detidas em diversas concentrações na Rússia em memória de Navalny.

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