Sporting, Benfica e Sp. Braga formam triunvirato na Liga Europa

Representantes portugueses na segunda prova da UEFA enfrentam compromissos com adversários e exigências muito diferentes, com foco total para garantir acesso aos “oitavos”.

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Gyökeres lidera ataque do Sporting em Berna EPA/RODRIGO ANTUNES
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Sporting, Benfica e Sp. Braga entram esta quinta-feira em campo para disputar a primeira mão dos play-off de acesso aos oitavos-de-final da Liga Europa com estados de espírito distintos, mas com um objectivo comum: avançar mais um nível até à final de Dublin, na República da Irlanda, agendada para 22 de Maio.

O Sporting é o primeiro a entrar em acção, em Berna (17h45, SPTV1), frente ao Young Boys, líder da Liga suíça. Benfica (SIC) e Sp. Braga (SPTV2) recebem, às 20h, os franceses do Toulouse e os azerbaijanos do Qarabag, respectivamente.

Na Suíça, no sintético do Estádio Wankdorf, é aguardado um “leão” insaciável, que na Liga portuguesa vingou a derrota da meia-final da Taça da Liga ao golear o Sp. Braga.

À dureza do tapete artificial, Rúben Amorim — que viu a carreira de treinador antecipada por lesão grave num sintético — deverá responder com algumas alterações, em especial de jogadores mais susceptíveis, como o uruguaio Coates, de 33 anos, com recomendações para não castigar o joelho direito, e que não viajou para a Suíça.

O “capitão” não é caso único, mas o treinador do Sporting também não esconde a necessidade de rodar jogadores e evitar sobrecargas em fase exigente do calendário.

Imprescindível e com “saudades” de pisar os sintéticos onde cresceu, o sueco Gyökeres será uma das excepções que confirmam a regra. Com Paulinho a ficar em Alvalade (tendinite no pé direito), o “matador” escandinavo tem duas missões: alimentar a voracidade do “leão” e igualar a melhor série da carreira a “furar” as redes adversárias, com quatro jogos seguidos a facturar.

Amorim conta com o jovem avançado Rafael Nel, da equipa B, a quem detecta “capacidade, qualidade e muita humildade” e pode ainda estrear o reforço Koba Koindredi (ex-Estoril).

No jogo de palavras, o treinador do Young Boys, Raphael Wicky, vindo de um empate (3-3) em Lugano, desvalorizou a “vantagem” de jogar num sintético. Sobre o Sporting, diz dispor de informações suficientes, já foram transmitidas ao plantel.

Sobre o sintético, Amorim sublinhou apenas o diferente “comportamento” da bola. O resto, decorrerá de um jogo de maior pressão do adversário, que não perde em casa há dois anos na Liga suíça, tendo cedido apenas ante Manchester City e RB Leipzig, na Champions.

Toulouse bipolar na Luz

Na Luz, o perigo surge dissimulado: seja pelo risco de excesso de confiança das “águias” — defrontam o 14.º da Liga francesa, com um ponto a separá-los dos lugares de despromoção —, seja pela gritante bipolaridade do Toulouse: deprimido nas provas domésticas e eufórico na Europa, grandemente inspirado pelos palcos internacionais (foi 2.º, atrás do Liverpool, no Grupo E).

Roger Schmidt detecta “uma motivação extra” dos franceses na Europa, embora alerte para o facto de o Toulouse também mostrar “qualidade” na Liga francesa, especialmente frente a equipas de monta.

“Na fase de grupos da Liga Europa foram muito constantes. Só perderam um jogo. Isso revela uma motivação extra para as competições internacionais. E é com isso que temos de contar”, enfatiza o treinador alemão, atento ao preço a pagar pelos erros nestas competições.

“Nesta fase, não podemos cometer erros, pois não é possível corrigi-los como na fase de grupos. Temos de estar preparados. Jogamos em casa e precisamos de um bom resultado”, diz, sem hesitar, numa fase em que a equipa cedeu dois pontos na luta com o Sporting pela liderança do campeonato, onde a “águia” interrompeu uma série de sete triunfos consecutivos.

Sp. Braga antidepressivo

Com Banza de volta da CAN, o Sp. Braga vê um triunfo sobre o Qarabag como potente e importante antidepressivo para esquecer a goleada de Alvalade.

“É uma oportunidade para repor a justiça” relativamente ao valor da equipa, advoga o técnico Artur Jorge, reconhecendo “o abalo muito grande” do jogo com o Sporting.

“É a oportunidade de voltar a ganhar e repor os índices de confiança”, destaca, agarrando-se “à energia positiva” para corresponder às exigências e obter uma boa margem para gerir o jogo da segunda mão, ante um “Qarabag forte”.

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