Pafologia americana

Erasure, o livro que American Fiction adapta, é (sobretudo) sátira, mas tanto em intenção como qualidade de execução não podia estar mais distante do filme.

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“Fazer lixo de propósito para ganhar dinheiro” terá sido uma experiência de pensamento intrigante muito antes de ser uma ambição que alguém levou a sério. Formulada nos termos habituais — “O sucesso popular em larga escala pode ser forjado e planeado, ou obedece necessariamente a um impulso autêntico e infalsificável?” — a pergunta nem sequer faria sentido antes de o séc. XIX preparar o terreno com uma série de normas e noções até então inexistentes, ou pelo menos demasiado dispersas. Foi preciso, por exemplo, que as ideias de “arte” e “comércio” se distanciassem o suficiente para que a sua ocasional intersecção permitisse carreiras profissionais viáveis, e (portanto) produzisse especulações deste tipo, quase como uma inversão cómica da alquimia: como fazer chumbo a partir de ouro, num mundo em que o chumbo é o bem mais valioso.

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