Portugal defronta Croácia, Polónia e Escócia na Liga das Nações

Competição só irá arrancar em Setembro. Formato será diferente das três anteriores edições, com os dois primeiros classificados de cada grupo a qualificarem-se.

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A Liga das Nações vai entrar na sua quarta edição Reuters/GONZALO FUENTES
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Pode dizer-se que Portugal teve um bom sorteio a definir o seu destino na quarta edição da Liga das Nações, competição que já conquistou. Pela mão de Juan Mata, a selecção de Roberto Martínez ficou emparelhada no Grupo 1 da Liga A com Croácia, Polónia e Escócia.

A selecção nacional estava no pote 2 neste sorteio em Paris e essa condição podia colocá-la, por exemplo, no caminho da Espanha, detentora do título. Mas escapou aos "tubarões". Será sempre um grupo difícil - a Liga A tem as 16 melhores selecções da Europa - mas não será tão imprevisível como o Grupo 2, que tem Itália, Bélgica, França e Israel.

Com este agrupamento, Portugal será favorito a um dos dois lugares do apuramento para os quartos-de-final - essa é uma das novidades nesta quarta edição da competição, sendo que nas três anteriores, só passava o primeiro de cada grupo.

Logo a seguir ao sorteio, em declarações ao Canal 11, Roberto Martínez traçou pequenos retratos sobre os três adversários de Portugal na competição: "A Croácia esteve na última final, sabemos o que fizeram nos Europeus e Mundiais. A Polónia, com um ponta-de-lança como Lewandowski, tem capacidade para marcar golos. A Escócia tem a melhor geração dos últimos 20 anos - voltaram ao Europeu e ganharam à Espanha. É um sorteio interessante para nós."

Para o técnico espanhol, não se pode falar de um sorteio simpático, nem de Portugal como favorito ao apuramento. "Não há sorteios simpáticos. Queremos crescer. O nosso apuramento para o Europeu foi impecável e temos de continuar. Favoritos não há."

Antes de Portugal começar a pensar na Liga das Nações, ainda tem um Europeu na Alemanha para disputar e é nessa competição, diz Martínez, que tem de estar o foco: "Estamos focados no Europeu. Temos o estágio de Março que é importante para finalizar a lista. [A Liga das Nações] é importante para o futuro porque temos de estar sempre no melhor patamar do futebol europeu. Temos a responsabilidade porque Portugal é o primeiro campeão."

Esta Liga das Nações remodelada só irá começar em Setembro próximo, com as duas primeiras jornadas. Depois, haverá uma jornada dupla em Outubro e outra em Novembro para fechar a fase de grupos. Os quartos-de-final já serão em Março de 2025, com as meias-finais e a final a disputarem-se no início de Junho.

Croácia, a geração que resiste

Tem sido uma bela história a da Croácia com Luka Modric. Finalista no Mundial de 2018, semifinalista no de 2022 e finalista na última edição da Liga das Nações. Tanto assim é que Zlatko Dalic vai pedindo à sua “estrela” que adie o final de carreira na selecção.

Não sabemos se o médio do Real Madrid vai estar na selecção croata quando chegarmos à Liga das Nações, mas sabemos que, em condições normais, estará no Euro da Alemanha, ao lado dos seus “velhos” companheiros de jornada Kovacevic, Brosovic, ou Pasalic – veremos se Perisic, que sofreu uma lesão grave no início da época, ainda volta. Mas a Croácia não é só Modric e os outros “velhos”. Há o guarda-redes Livakovic, o central Gvardiol ou o ex-benfiquista Musa.

Polónia é só Lewandowski?

Fernando Santos bem sentiu na pele as dificuldades de orientar uma selecção que continua a depender em demasia de Robert Lewandowski – o treinador português só aguentou seis jogos no cargo. Não tem ainda lugar no Euro garantido (está no play-off), depois de uma fase de grupos a roçar o desastre – quando não consegue ganhar à Moldova, isso diz muito sobre o actual nível da Polónia.

Ainda assim, tem em Lewandowski um goleador de classe mundial, embora esta época no Barcelona não esteja a ser das melhores. E tem em Szczesny um guarda-redes de grande qualidade. Milik também é um bom jogador e Piatek tem dias, Zielinski tem perdido protagonismo no Nápoles, mas ainda é importante na Polónia. Para além destes nomes, Michal Probierz, o sucessor de Santos, não tem muito mais por onde escolher.

Escócia “made in” Premier League

Será esta a melhor geração do futebol escocês nos últimos 20 anos, como disse Roberto Martínez? A prova está no que a selecção orientada por Steve Clarke tem feito nos últimos anos. Voltou a estar num Europeu em 2020 depois de 24 anos ausente, e repetiu a presença ao qualificar-se num grupo que tinha Espanha e Noruega, para além de ter acedido à Liga A pela primeira vez.

Esta é uma selecção “feita” na Premier League inglesa (mas não só), em que a maior “estrela” será, provavelmente, Andy Robertson, lateral do Liverpool. Mas também há Scott McTominay, médio do Manchester United, Scott McGinn, médio do Aston Villa, ou Kieran Tierney, defesa emprestado pelo Arsenal à Real Sociedad. Mais talento do meio-campo para trás, e sem um avançado de classe mundial, como foram Kenny Dalglish, Denis Law ou Ally McCoist. Mas quem tem McTominay, que marcou sete durante a qualificação, não precisa de avançados.

Liga A

Grupo 1
Croácia
Portugal
Polónia
Escócia

Grupo 2
Itália
Bélgica
França
Israel

Grupo 3
Países Baixos
Hungria
Alemanha
Bósnia

Grupo 4
Espanha
Dinamarca
Suíça
Sérvia

Liga B

Grupo 1
Rep. Checa
Ucrânia
Albânia
Geórgia

Grupo 2
Inglaterra
Finlândia
Rep. Irlanda
Grécia

Grupo 3

Áustria
Noruega
Eslovénia
Cazaquistão

Grupo 4
Gales
Islândia
Montenegro
Turquia

Liga C

Grupo 1
Suécia
Azerbaijão
Eslováquia
Estónia

Grupo 2
Roménia
Kosovo
Chipre
Lituânia/Gibraltar

Grupo 3
Luxemburgo
Bulgária
Irlanda do Norte
Bielorrússia

Grupo 4
Arménia
Ilhas Feroé
Macedónia
Letónia

Liga D

Grupo 1
Lituânia/Gibraltar
São Marino
Liechtenstein

Grupo 2
Moldova
Malta
Andorra

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