Filipa César perdeu a conta ao número de vezes em que pediu ajuda. E, no meio desse socorro repetido, foi perdendo a esperança. “Olhem a miséria...” A inquilina municipal abre a porta de um dos quartos da sua casa, no bairro de São Roque da Lameira, e mostra o espaço mais problemático de uma habitação onde a humidade é visível em quase todo o lado. A parede em contacto com o exterior está negra. O cheiro a mofo é intenso. Os pedidos de ajuda de Filipa César, mãe de quatro menores, são enviados desde 2020 para a Domus Social, empresa municipal de habitação da Câmara do Porto. Mas as respostas devolvem-lhe a responsabilidade pela resolução do problema: “Dizem que é humidade por condensação e mandam arejar a casa.”
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