Portugal construiu um muro e destruiu outro

Selecção nacional triunfa sobre a República Checa no Europeu de andebol. Dinamarca vence Grécia e leva os “Heróis do Mar” para o “main round”.

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Alexandre Cavalcanti, jogador da selecção portuguesa EPA/Anna Szilagyi
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Foi com uma exibição quase perfeita em todos os sentidos que Portugal derrotou neste sábado, em Munique, a República Checa por 30-27 (13-7 ao intervalo) no jogo a contar para a segunda jornada do Grupo F da fase preliminar do Europeu de andebol. Depois de ter entrado a ganhar frente aos gregos, mas com algumas falhas, a selecção nacional subiu o nível para ganhar o jogo que, na prática, a qualificou para o “main round”. Pouco depois, também em Munique, a Dinamarca bateu a estreante Grécia por 40-28 e formalizou a sua qualificação e a da selecção nacional.

Da defesa ao ataque, a selecção orientada por Paulo Jorge Pereira esteve inspirada. A começar no seu guarda-redes, Diogo Rêma, que voltou a ser o titular e foi uma das figuras – o jovem do FC Porto defendeu quatro livres de sete metros só na primeira parte. Depois de um equilíbrio nos primeiros minutos, em que os checos, alimentados por uma dupla que actua na liga alemã, o guarda-redes Tomas Mrkva e o lateral-esquerdo Matej Klima, o marcador passou de um empate (5-5) a uma vantagem portuguesa de seis (11-5).

Nem se viu aquela que era tida como a grande valência desta selecção checa, a sua defesa. Martim Costa foi o goleador de serviço durante a primeira meia-hora, bem secundado por Pedro Portela e o jovem Joaquim Nazaré, todos importantes para superarem as várias situações em que esteve em inferioridade numérica. E foi assim que Portugal chegou ao intervalo a ganhar por seis (13-7), limitando os checos a uma das piores primeiras partes deste Europeu em termos de golos marcados.

A diferença que ficou da primeira parte foi-se mantendo sem grandes oscilações durante o segundo tempo. Houve maior equilíbrio, mas não houve aproximação significativa, a não ser nos minutos finais, mas já era tarde para os checos evitarem a sua segunda derrota. Houve menos eficácia no ataque, mas Capdeville, que ocupou a baliza nos últimos 20 minutos, também esteve em bom plano.

Depois de um primeiro jogo em que ficou em branco, Martim Costa compensou largamente com um grande acerto frente aos checos - foi o melhor marcador (11 golos em 16 remates) e eleito o MVP. Diogo Rêma também brilhou na baliza portuguesa, com sete defesas (35% de eficácia). Do lado dos checos, Matej Klima, lateral do Leipzig, foi o melhor marcador, com oito golos.

O outro jogo do agrupamento foi, como se esperava, de sentido único. Os dinamarqueses, tricampeões mundiais, até se deram ao luxo de não ter Mikkel Hansen para defrontarem os voluntariosos mas bem inferiores gregos. Esta segunda vitória deixou a Dinamarca a par de Portugal no topo do grupo e com a qualificação garantida para o Grupo II. O jogo entre portugueses e dinamarqueses na próxima segunda-feira (19h30) servirá para decidir quem leva pontos para a próxima ronda.

O grupo de "main round" já está quase fechado. Dinamarca e Portugal, do Grupo F, terão a companhia de Suécia e Países Baixos, do Grupo E, e da Eslovénia, do Grupo D. Falta ainda saber o sexto qualificado porque os estreantes das Ilhas Feroé causaram aquela que é, para já, a maior surpresa do torneio, empatando 26-26 com a Noruega, marcando dois golos nos últimos 30 segundos. Ou seja, podem qualificar-se se vencerem a Polónia na última jornada e os noruegueses perderem com os eslovenos - e se, com o resultado dos jogos, ficar anulada a vantagem norueguesa de 14 no registo de golos marcados e sofridos.

Notícia actualizada com a qualificação de Portugal para o "main round" após o Dinamarca-Grécia

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