Calcanhar mágico de Bernardo Silva e De Bruyne levam Guardiola à loucura

Português deu vantagem ao Manchester City frente ao Newcastle, num St. James Park que ruiu perante o “reforço” belga.

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Pep Guardiola celebra efusivamente com Kevin de Bruyne EPA/ADAM VAUGHAN
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Ainda a acertar o calendário, o Manchester City, tricampeão inglês e campeão do mundo de clubes, aproveitarou a deslocação a Newcastle, a magia de Bernardo Silva e o regresso de Kevin de Bruyne para se mostrar ao líder da Premier League, o Liverpool, batendo os “magpies” por 2-3, num jogo que levou Pep Guardiola à loucura.

Vamos por partes: a sexta vitória consecutiva dos “citizens” começou com uma nota de preocupação, obrigando o treinador catalão a substituir o guarda-redes Ederson Moraes aos oito minutos. O brasileiro, ex-Benfica, lesionou-se aos 3 minutos e não teve condições para continuar depois de um lance em que esteve na iminência de comprometer, dando, naturalmente, lugar ao alemão Stefan Ortega.

Perante o susto, Pep Guardiola nem quis ouvir a opinião dos médicos, agilizando a troca na baliza. O City refez-se e, depois de ter ameaçado por Bernardo, num remate frontal, levantou o estádio com o golo de calcanhar do português... que até podia ter bisado pouco depois.

Apesar da explosão de alegria, Guardiola reservou energias para o segundo golo, de nota artística bem menor mas de suma importância depois da reacção do Newcastle, que, em dois minutos, através de Alexander Isak (35’) e Anthony Gordon (37’), virou o jogo do avesso.

Um golo — o do City — carregado de significado, já que assinalou o regresso do internacional belga Kevin de Bruyne à competição na Premier League (depois de 33 minutos na Taça de Inglaterra, na goleada ao Huddersfield).

Afastado desde Agosto, quando saiu lesionado aos 23 minutos do jogo da primeira jornada, com o Burnley, De Bruyne assumiu-se como “reforço” de Inverno ao assinar (74’), cinco minutos depois de entrar em campo, o empate (2-2), em lance com a chancela do belga. E para vincar o regresso, De Bruyne assistiu de forma irrepreensível o norueguês Oscar Bobb, de 20 anos, que deu o triunfo à formação de Manchester aos 90+1’. Guardiola, que já explodira no golo de Kevin de Bruyne, foi à loucura na confirmação da vitória que posiciona o Manchester City para o ataque ao primeiro lugar, agora sob a mestria do belga.

Berenguer decide derby basco

Mas as emoções fortes não foram um exclusivo do St. James Park, em dia marcado pelo arranque da Taça das Nações Africanas (CAN 2023), na Costa do Marfim, com a selecção anfitriã a bater — com golos de Seko Fofana (4’) e Jean-Philippe Krasso (58’) a congénere da Guiné-Bissau (2-0) na abertura da competição.

Mas, antes, as atenções centraram-se em Álex Berenguer, extremo do Athletic Bilbau que fez história no 188.º derby basco (em competições oficiais), tendo sido fundamental para o 80.º triunfo “rojiblanco” (2-1) frente à Real Sociedad do português André Silva, assinando um bis raro na primeira parte.

O jogador de Pamplona, formado no Osasuna e com passagem pelo Torino, de Itália, aproveitou da melhor forma a ausência de Iñaki Williams (ao serviço da selecção do Gana, na CAN) e a confiança nele depositada pelo técnico Ernesto Valverde.

Dois golos na primeira parte (30 e 42’) colocaram Berenguer num lugar da história dos derbies do País Basco, com o navarro a igualar um feito com quase 55 anos, tornando-se no primeiro “Leão de San Mamés” a marcar dois golos na primeira parte de um Athletic Bilbau-Real Sociedad desde José María Argoitia, a 1 de Dezembro de 1968.

Com isso, Berenguer foi decisivo para ampliar a série de jogos sem derrotas dos “rojiblancos”, que não perdem desde finais de Outubro (13 jogos), depois do 1-0 ante o Barcelona no Olímpic Lluís Companys, jogo marcado pelo golo do adolescente Marc Guiu, aos 80 minutos, com assistência de João Félix... um minuto depois de o avançado promovido dos juniores ter entrado em campo.

A Real Sociedad ainda reduziu nos minutos finais, num golo de “barriga” de Oyarzabal, mas não impediu que o rival Athletic Bilbau ocupasse o terceiro lugar, em igualdade pontual com o Barcelona, que hoje disputa com o Real Madrid a final da Supertaça de Espanha, na Arábia Saudita, pelo que só acerta calendário no final do mês. O Athletic pode, entretanto, acalentar o sonho da Champions.

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