Taxa de desemprego manteve-se estável em Novembro

Pelo terceiro mês consecutivo, a taxa de desemprego fica nos 6,6%. Aumento de 0,2% no número de empregados aponta para resistência do mercado de trabalho.

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Rui Gaudencio
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Depois da deterioração registada em Setembro, os indicadores do mercado de trabalho em Portugal estabilizaram nos meses seguintes, parecendo resistir à conjuntura de crescimento económico muito lento que atravessa o país e o resto da Europa.

De acordo com os dados provisórios apresentados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para Novembro, a taxa de desemprego (calculada tendo em conta os efeitos da sazonalidade) manteve-se nos 6,6%, o mesmo valor que já tinha registado em Setembro e Outubro.

Confirma-se desta forma a estabilização deste indicador, depois da subida de 6,3% para 6,6% registada no passado mês de Setembro, no final de um trimestre que foi de contracção de 0,2% no PIB. No quarto trimestre, para o qual ainda não são conhecidos os dados oficiais da evolução do PIB, o mercado de trabalho parece dar mostras de estar a conseguir resistir ao cenário de estagnação que se vive na economia.

O INE revela igualmente que a população activa registou, entre Outubro e Novembro, um aumento de 5,7 mil pessoas (0,1%) e que a população empregada teve um aumento de 0,2%, ou 9,4 mil pessoas. A taxa de emprego também registou uma ligeira melhoria, de 64,3% para 64,4%.

Outra indicação positiva em Novembro é dada pela taxa de subutilização do trabalho, que é um indicador mais alargado para medir o desemprego e que inclui também, por exemplo, aqueles que estão desocupados, mas que já não são classificados como desempregados por terem desistido de procurar um emprego. Esta taxa, depois de ter subido consecutivamente entre Julho e Outubro, diminuiu agora de 11,8% para 11,6%.

Os indicadores do mercado de trabalho em Portugal registaram, desde 2013 até 2020, uma melhoria muito significativa, com aumentos na população empregada (que passou de valores próximos dos 4,2 milhões para perto de cinco milhões) e diminuições da taxa de desemprego (que caiu de mais de 16% para menos de 7%). Desde a pandemia, estes indicadores estabilizaram, num cenário de crescimento económico menos forte.

O governador do Banco de Portugal tem assinalado que este desempenho do mercado de trabalho constitui um factor fundamental para garantir que a economia portuguesa evita uma entrada em recessão, já que o número de empregos e os salários praticados têm vindo a ser fulcrais para que o rendimento disponível dos portugueses e os seus níveis de consumo não se ressintam.

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