Afinal, PPM junta-se ao PSD e CDS e integra a Aliança Democrática

Gonçalo da Câmara Pereira, líder do PPM, havia descrito os líderes do PSD e CDS como “fracos” e “sem visão para o país”, mas agora considera-os “fortes”, notando que “ouvem a voz de Portugal”.

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Gonçalo da Câmara Pereira, líder do PPM, numa audiência com Marcelo Rebelo de Sousa LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Afinal, o Partido Popular Monárquico (PPM) irá integrar a Aliança Democrática (AD), juntamente com o PSD e o CDS, nas próximas eleições legislativas. O partido, que havia rejeitado integrar a coligação e avançado que faria uma queixa ao Tribunal Constitucional (TC) pelo alegado uso indevido da sigla AD, voltou atrás na sua posição.

A mudança de posição, explica ao PÚBLICO Gonçalo da Câmara Pereira, líder do PPM, deveu-se a ter sido permitido a este partido “influenciar” o programa da AD, lá consagrando algumas das suas bandeiras, tais como o “desenvolvimento sustentável” e a “cultura popular portuguesa”.

Questionado sobre se o PPM terá lugar elegíveis nas listas, Câmara Pereira diz que, por Lisboa, os monárquicos irão “numa zona cinzenta”, o que significa que a sua eventual eleição dependerá de um bom resultado da coligação. Informou também que o PPM já não irá avançar ao TC com a queixa acerca da sigla AD, ao contrário do que havia anunciado que faria.

No comunicado, os monárquicos informam que este novo acordo — que já estava celebrado nos Açores antes da formalização da AD a nível nacional —, diz apenas respeito às eleições legislativas de 10 de Março, não estando contemplados os restantes sufrágios a que o PSD e o CDS irão concorrer coligados. Ou seja, europeias e autárquicas de 2025 (neste caso em função de entendimentos locais, caso a caso).

A 21 de Dezembro, dia em que a AD foi anunciada, o líder do PPM disse ao PÚBLICO que havia rejeitado integrar esta coligação plurieleitoral e apelidou Luís Montenegro e Nuno Melo, respectivamente presidente do PSD e CDS, como “líderes fracos” e sem “visão do que se está a passar no país”. Agora, Câmara Pereira mudou a sua visão: “[Montenegro e Melo] mostraram ser líderes fortes que ouvem a voz de Portugal. Mostraram-se líderes à altura”, descreve ao PÚBLICO.

Por sua vez, o PSD fez chegar às redacções um comunicado que diz que com a integração do PPM na coligação recuperar-se-á, “na íntegra”, a antiga AD, apresentando ao “país a alternativa reformista e moderada que Portugal precisa”.​ Minutos antes, Luís Montenegro havia anunciado ao Expresso ​esta adição à coligação. “É um caminho de conjugação de esforços, de agregação, que não se esgota no PSD e no CDS, é alargado também ao PPM nos Açores, [e] será alargado nestas eleições legislativas”, disse.

Em comunicado, o PPM explica que a decisão “teve em conta a existência de um património político comum na área da [AD] desde 1979, a existência de uma coligação prévia, dos três partidos, no âmbito das eleições legislativas da Região Autónoma dos Açores” e “a confluência de posições a que se chegou no âmbito da proposta conjunta que será apresentada ao eleitorado” nas eleições legislativas de 10 de Março. Além disso, fala numa “necessidade, premente e patriótica, de ajudar o país (...) numa alternativa reformista e moderada que impeça a eternização do PS no poder”.

O mesmo comunicado informa que a decisão dos monárquicos foi tomada em conselho nacional no passado dia 1 de Janeiro e que o partido subscreve o “conjunto de princípios programáticos” presentes na missiva em que o PSD e o CDS anunciavam a AD.

Tanto o PSD como o CDS reunirão esta quinta-feira os seus conselhos nacionais, nos quais irão discutir e aprovar a AD para as eleições legislativas de 10 de Março e as europeias de 9 de Junho. O PÚBLICO apurou que está a ser pensada a realização de um evento para a apresentação pública da coligação.

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