Dois medronhos

Empurrou a porta com o pé, como um pistoleiro num western, e entraram as duas.

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Ajoelha-te, São, disse a Alexandra, e reza comigo: O silêncio é a ave do ruído que pousa para fazer um ninho. Há vozes que chegam aos céus, repete comigo, há vozes que chegam aos céus e vozes que chegam à terra (há vozes que chegam e vozes que chegam à terra), há vozes que chegam às pedras (às pedras) e vozes que chegam aos olhos (vozes chegam aos olhos), há vozes que se levantam e nos levantam (vozes que se… que nos levantam) e há vozes que nos embalam (e há vozes que nos embalam). Pousa a tua voz na voz dos outros (pousa a tua voz na voz) como crianças que sobem às cavalitas dos pais para ver o que se passa para lá da multidão, pousa a tua voz na voz dos outros (pousa a tua voz) para que os outros pousem a sua voz na tua voz (para que pousem na minha voz). Amém (amém).

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