Cole Palmer, um filho de Manchester a brilhar em Londres

Criativo de 21 anos está a ser a grande referência do Chelsea neste início de época. Fez mais dois golos, no triunfo sobre o Luton Town, e é o melhor marcador da equipa.

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Palmer soma já oito golos na Premier League pelo Chelsea Reuters/IAN WALTON

Qualquer adepto do Chelsea que, por estes dias, esteja a ponderar comprar uma camisola oficial, ficará tentado a optar pelo número 20, com o nome de Cole Palmer nas costas. O criativo de 21 anos, que os “blues” foram contratar há poucos meses ao Manchester City, está a assumir-se como a grande figura da equipa em 2023-24. Neste sábado, juntou mais dois golos ao currículo no triunfo em casa do Luton Town (2-3), referente à 20.ª jornada da Premier League.

A época que os “blues” estão a protagonizar está longe de ser famosa. O 10.º lugar no campeonato (oito vitórias, quatro empates, oito derrotas) é provavelmente o sintoma de uma fase de transição que tem o dedo de Mauricio Pochettino. O treinador argentino promoveu uma pequena revolução no plantel, conferindo-lhe um toque de rejuvenescimento que faz do Chelsea actual a versão mais jovem deste século (média de 23,07 anos).

Dentro deste barril de talento promissor está Cole Palmer, que em poucos meses em Londres assumiu maior protagonismo do que em toda a sua vida sénior no Manchester City, clube que representou desde os oito anos. Agora, aos 21, o extremo tem feito as delícias dos adeptos, graças a uma capacidade tremenda de acelerar o jogo, mas essencialmente graças à versatilidade que empresta à equipa. Esquerdino, tanto pode actuar numa das alas (e tem preferencialmente jogado à direita, para assumir movimentos interiores), como no corredor central, na posição 10, atrás do avançado.

“Cole Palmer tem sido excelente. Tem capacidade e potencial para chegar perto do patamar de Ángel Di María… com tempo. Claro que ainda está longe, mas é esse tipo de jogador, com capacidade de marcar e assistir”, descreveu Pochettino, aos microfones da TNT Sports, na antevisão da partida deste sábado.

Fala quem sabe. No pequeno Kenilworth Road, estádio do Luton Town, com capacidade para 11.500 espectadores, Palmer desbaratou a defesa contrária. Dono de um excelente controlo de bola e de uma capacidade invulgar de introduzir o último passe, o jovem nascido em Wythenshawe (cidade de pouco mais de 100 mil habitantes, na Grande Manchester) marcou aos 12’ e aos 70’, aproveitando para assistir Madueke aos 37’.

Nada mau para quem tinha começado a época no banco e a levantar dúvidas junto dos adeptos (afinal de contas, o seu passe custou 47 milhões de euros). O ano de 2023 vai encerrar com Cole Palmer a vestir a pele de melhor marcador do Chelsea no campeonato (oito golos) e a revelar-se, segundo a Opta, como o segundo jogador de 21 anos (ou abaixo) com maior influência nos golos da equipa — atrás apenas de Jude Bellingham, do Real Madrid.

À custa do que tem feito nos últimos quatro meses, Palmer já mereceu a chamada à selecção A de Inglaterra, tendo-se estreado no dia 17 de Novembro — entrou aos 61’ no triunfo, por 2-0, sobre Malta.

“Espero que seja só o começo”, atirou o criativo, à TNT Sports, depois do brilharete deste sábado. “Ainda estou a adaptar-me à nova vida, tão rapidamente quanto possível: aos meus companheiros, à cidade, a tudo. É tudo novo para mim, por isso, espero poder mostrar mais em campo”.

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