Metro de Lisboa suspende negociações sobre carreiras devido à crise política

Sindicatos dos trabalhadores do Metro de Lisboa suspenderam as negociações porque o conselho de administração não tm orientações tutelares. Em causa está o regulamento das carreiras na empresa.

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Os sindicatos dos trabalhadores do Metro salientaram que "o objectivo principal da empresa foi apenas a criação da nova categoria profissional" Nicolau Botequilha
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O Metropolitano de Lisboa suspendeu o processo negocial do regulamento de carreiras, face à actual crise política, adiantaram esta quarta-feira as organizações sindicais representantes dos trabalhadores, que acusam a empresa de ter mantido sempre uma "posição muito intransigente".

No final da quarta reunião com o conselho de administração do Metro, que decorreu esta quarta-feira, os sindicatos divulgaram que a empresa "transmitiu que face à actual situação política e às dificuldades naturais de não ter orientações tutelares, entende suspender das reuniões do regulamento de carreiras".

Em comunicado, as organizações sindicais referiram que "face a esta posição (...) estão de acordo com a suspensão do processo negocial neste modelo". E lamentaram também a posição exposta esta quarta-feira pelo Metro, frisando que "ao longo das reuniões a empresa manteve sempre uma posição muito intransigente face as propostas apresentadas". "Recordamos ainda que num processo negocial deve existir sempre discussão das propostas feitas por todos os interlocutores, o que infelizmente neste processo nunca aconteceu", sublinharam.

Os sindicatos salientaram que "o objectivo principal da empresa foi apenas a criação da nova categoria profissional e tentar a implementação de várias medidas, nomeadamente na sala de comando e energia, assim como a formação que está a ocorrer com trabalhadores em regime de outsourcing (empresas de limpeza e vigilância) sobre regulamentos importantes para a segurança dos trabalhadores e instalações, demonstrando claramente o caminho para a substituição dos trabalhadores do Metro".

As organizações sindicais frisaram ainda, no comunicado, que "não estão reunidas as condições necessárias para que os trabalhadores participem no prolongamento da actividade do Metropolitano de Lisboa do dia 31 de Dezembro de 2023 para 1 de Janeiro de 2024".

Os sindicatos representativos dos trabalhadores são o STRUP (Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal), que está afecto à FECTRANS, o STTM (Sindicato dos Trabalhadores da Tracção do Metropolitano de Lisboa), o SINDEM (Sindicato da Manutenção do Metropolitano), o SITRA (Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes), o SITESE (Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços) e o STMETRO (Sindicato dos Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa).

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