Rafael Nadal derrotou mais uma lesão e regressa em Janeiro

Espanhol anunciou que irá participar no torneio de Brisbane, depois de uma paragem de quase um ano.

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A qualidade e o prestígio de Rafael Nadal não deixam margem para dúvidas, mesmo que longe dos tempos áureos EPA/JAMES ROSS
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Quando voltar aos courts, dentro de pouco mais de um mês, na Austrália, Rafael Nadal vai ostentar o improvável 663.º lugar do ranking ATP. É o resultado de uma paragem de 11 meses, por lesão, que o afastou da competição e o obrigou a (mais) um longo período de recuperação. Aos 37 anos, porém, o espanhol ainda tem algo para dar. E está determinado a prová-lo.

Nadal tem vindo a treinar-se com regularidade desde Outubro com o objectivo de chegar na melhor forma possível ao Open da Austrália, o primeiro round do Grand Slam de 2024, com início marcado para 14 de Janeiro. A operação a que foi submetido no dia 2 de Junho, para corrigir o músculo psoas-ilíaco, lançou dúvidas sobre a viabilidade de um regresso, especialmente porque nunca escondeu que só aceitaria voltar quando se sentisse realmente competitivo, sem limitações.

“Olá a todos, depois de um ano fora da competição, chegou o momento de regressar. Será em Brisbane e será na primeira semana de Janeiro. Vemo-nos lá”, anunciou nesta sexta-feira o detentor de 22 títulos do Grand Slam, numa mensagem publicada nas redes sociais.

Se há alguém que sabe o que é conviver regularmente com lesões é Rafael Nadal. Tenista explosivo, numa modalidade extremamente exigente e desgastante, não tardou a ir coleccionando mazelas. O calvário começou em 2003 (um mês de baixa por causa do ombro esquerdo) e foi-se avolumando com episódios em 2004 (pé esquerdo), 2005 (pé esquerdo), 2008 (joelho esquerdo), 2009 (parede abdominal), 2010 (joelho direito), 2012 (joelho esquerdo), 2014 (mão direita), 2016 (mão esquerda), 2016 (joelho direito), 2018 (psoas-ilíaco), 2021 (costas e pé esquerdo), 2022 (costelas) e, finalmente, em 2023 (psoas-ilíaco).

No total, ao longo das 23 temporadas que leva na alta-roda do ténis mundial, Rafael Nadal terá perdido sensivelmente cinco por causa das lesões. Por isso, melhor do que ninguém, o maiorquino reconhece a importância de uma recuperação completa para conseguir prolongar ao máximo uma carreira feita de longas estadias no topo do ranking.

Em bom rigor, a queda vertiginosa para o 663.º posto afastá-lo-ia, desde logo, de uma eventual presença no ATP 250 de Brisbane, mas haveria sempre duas formas de aceder ao torneio: através de um wild-card, atribuído pela organização de acordo com os próprios critérios, ou através do ranking protegido, uma ferramenta disponibilizada pela ATP (que deve ser requisitada pelo interessado) precisamente para acautelar situações de lesões graves e paragens prolongadas.

Seja por que via for, a qualidade e o prestígio de Rafael Nadal não deixam margem para dúvidas. Mesmo que longe dos tempos áureos, será claramente uma das grandes atracções na Austrália, num torneio que foi interrompido em 2019 e reintegrará o calendário no próximo ano.

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