Este sábado, 11 de Novembro, cumpre-se a tradição de São Martinho da abertura da talhas de vinho na Herdade do Rocim. O evento reúne 32 produtores nacionais e 22 estrangeiros para provas comentadas, uma mesa-redonda e convidados de várias partes do mundo. Segundo Pedro Ribeiro, administrador e enólogo da herdade, esta é a edição “mais internacional de sempre”.
“O vinho de talha é um vinho de nicho, mas está mais alargado e consensual, com cada vez mais pessoas a gostarem e a quererem provar este vinho ancestral”, diz o enólogo. “Faz-se há dois mil anos, foram os romanos que trouxeram a técnica e os locais foram mantendo esta tradição de produzir estes vinhos em casa.”
Na Vidigueira, em Cuba e em Vila de Frades, a abertura das talhas no Dia de São Martinho é já uma tradição antiga em casas e adegas. Na Herdade do Rocim, o Amphora Wine Day organizou-se pela primeira vez em 2018 e o evento “cresceu rapidamente”, continua.
O organizador estima que este ano o número de visitantes seja o mesmo do ano passado, com cerca de “1.500 pessoas”, entre “enólogos e gente que gosta de vinho”. Ao todo, serão 58 produtores de vários países (entre eles França, Itália, Espanha e África do Sul), com destaque para a “grande comitiva da Geórgia”, avança o enólogo. “É um produtor muito tradicional de vinhos de ânfora, chamam [às talhas] kveveri.”
As portas da herdade abrem-se às 14h e às 15h há a mesa-redonda “Ânforas Sem Fronteiras”, sobre a “expansão dos vinhos feitos em ânforas nos quatro cantos do mundo”. O debate conta com a jornalista e crítica de vinhos Sarah Ahmed e com o enólogo Tiago Macena, em vias de se tornar o primeiro Master of Wine português.
A partir das 17h há provas comentadas abertas ao público, cada uma dedicada a vinhos de regiões diferentes: do Alentejo, da Geórgia, do Douro e do Algarve. Há também provas à porta fechada, com especialistas convidados como o norte-americano Paul White, que chamou ao vinho de talha alentejano uma “mina de ouro” ou Mark Squires, que até há pouco era o provador de vinhos portugueses para o guru Robert Park e a sua publicação Wine Advocate.
O evento culmina com a abertura das talhas da colheita de 2023 da própria Herdade do Rocim, às 18h, uma de branco e outra de tinto, com a “toda a gente a ter oportunidade de provar o vinho em comunhão com a música”, promete Pedro Ribeiro.
Os bilhetes, pagos a partir dos 18 anos, custam 19,5 euros e dão também acesso a concertos e produtores de queijos e enchidos.