Pela minha cabeça

O destino também lá estava, tecendo as suas redes, olhar atento, a arquitectar o futuro com o seu bloco de notas onde tudo fica escrito.

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O Urso desenvolveu então o hábito de, quando podia, se passear pela rua onde vivia a São, ao final da tarde, quando esta voltava a casa. O Urso cruzava-se com ela, a São não o via porque caminhava a olhar para os próprios pés. Um dia, ela parou de repente. O Urso também. Ficaram parados a dois metros um do outro, já a moldar o destino, mas sem que nenhum deles se desse conta disso. Na verdade, a São olhava para o chão, para um jornal caído aos seus pés, e por isso não reparou no silêncio pétreo do Urso, tão perto dela que dava para sentir o bafo da bagaceira e o cheiro a montanhas.

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