Sporting cumpre na Europa e já pode pensar no derby

“Leões” vencem o Rakow por 2-1, com dois penáltis convertidos por Pedro Gonçalves, num jogo que foi menos tranquilo do que se esperava.

Foto
Pedro Gonçalves marcou dois golos de penálti EPA/MIGUEL A. LOPES
Ouça este artigo
00:00
03:26

Se Rúben Amorim proibiu toda a gente de pensar no derby do próximo domingo com o Benfica, agora o Sporting já pode começar a pensar nele depois de cumprida a obrigação europeia. Nesta quinta-feira, em Alvalade, os “leões” mantiveram intactas as suas possibilidades de chegar ao primeiro lugar no Grupo D da Liga Europa com um triunfo por 2-1, em Alvalade, sobre o Rakow.

Sabendo-se que apenas o primeiro lugar do agrupamento dá qualificação directa (o segundo terá de jogar uma eliminatória extra com uma equipa da Champions, a vantagem ainda é da Atalanta, que mantém os três pontos de vantagem sobre o Sporting depois de vencer em casa o Sturm Graz (1-0).

Amorim pode dizer que não pensava na ida à Luz, mas pensou nisso na hora de construir a equipa para este compromisso europeu, com St. Juste de novo no “onze” (e esteve muito bem), mais um meio-campo de vocação ofensiva (Bragança e Pedro Gonçalves) e um ataque sem o castigado Gyökeres, mas com o aniversariante Paulinho, ladeado por Edwards e Trincão. Neste reencontro com o campeão polaco, os objectivos eram vários: vitória, noite tranquila e margem para fazer alguma gestão de recursos. E evitar os sobressaltos do primeiro jogo.

E se há duas semanas, na Polónia, o Sporting ficou a jogar com dez logo nos primeiros minutos, devido à expulsão de Gyökeres, desta vez, aconteceu o mesmo ao Rakow, que ficou com dez após a expulsão de Racovitan, que agarrou St. Juste dentro da área. O árbitro não deu por isso na altura, mas, avisado pelo VAR, foi ver as imagens e decidiu-se pela expulsão do defesa romeno e pela marcação de um penálti aos 14’. Pedro Gonçalves avançou para a marca dos 11 metros e não falhou.

Um jogo que até tinha começado em bases rápidas, desacelerou quase de imediato. Contra 11, o Sporting conseguiu encontrar espaços para atacar e criar perigo, contra dez esse espaço deixou de existir. E rarearam as oportunidades de golo para os “leões” – duas iniciativas de Marcus Edwards foi o melhor que a equipa da casa fez até ao intervalo. Mérito, é preciso dizê-lo, para a boa organização defensiva dos polacos, acantonados em frente à sua baliza e quase sem se mexerem.

A segunda parte começou quase como a primeira, com o árbitro a não ver um penálti na área polaca e a ser avisado pelo VAR. A jogada é de Edwards, que meteu a bola na área, mas a sua trajectória foi desviada pelo braço de Rundic. Depois da revisão das imagens, o juiz marcou penálti e avançou outra vez Pedro Gonçalves, com a mesma eficácia da primeira vez. 2-0 para o Sporting e uma dose extra de tranquilidade.

Mas com o Sporting, nada é tranquilo, mesmo a jogar em superioridade numérica e com uma vantagem confortável. Logo após Amorim ter feito uma dupla substituição (entraram Diomande e o estreante Tiago Ferreira), o Rakow reduziu. Numa bola parada, os polacos ganharam superioridade na área “leonina”, Adán ainda conseguiu deter um primeiro remate, mas já não conseguiu impedir a recarga do central Rundic.

Foi, literalmente, a única vez que o campeão polaco criou perigo, enquanto os “leões” passaram quase o jogo todo a rondar a baliza do competente Kovacevic e só conseguiram marcar de penálti. Foi o 12.º jogo (em 16) em que o Sporting sofreu golos e, mesmo que a vitória nunca tenha estado em risco, Amorim voltou a ver uma equipa que descansou depois de achar que o trabalho estava feito. E um jogo que tinha tudo para ser jogo tranquilo antes de outro que será tudo menos isso, acabou em sobressalto. Como nos ensinou Herman José, não havia necessidade.

Sugerir correcção
Comentar