No País dos arquitectos: Generation Proxima

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No 69.º episódio do podcast “No País dos Arquitectos”, Sara Nunes, da produtora de filmes de arquitectura Building Pictures, conversa com o arquitecto Pedro Gadanho sobre a exposição Generation Proxima: Emerging Environmental Practices in Portuguese Architecture’.

A exposição está a decorrer no Center for Architecture, em Nova Iorque, entre Outubro de 2023 e Março de 2024, e destaca a mudança para a consciência ambiental na prática arquitectónica, centrada num grupo emergente de arquitectos portugueses – Artéria, Colectivo Warehouse, Gorvell, Nuno Pimenta, Pedrêz, OODA e Ponto Atelier: “Ter arquitectura jovem portuguesa, em Nova Iorque, (...) é um feito muito especial, (...) que permite divulgar o trabalho com colegas de fora de forma pouco habitual”, refere Pedro Gadanho, curador da exposição.

O apelo que se faz não se limita apenas à adopção de práticas mais sustentáveis, procura-se também rever métodos de construção, explorar novos materiais ecológicos e abordar questões ligadas à escassez de recursos: “Se falarmos só das alterações climáticas, estamos apenas a tratar o sintoma e não estamos a tratar o problema, que está por detrás das alterações climáticas: um desequilíbrio progressivo daquilo que é o sistema planetário (...), que está associado a questões relacionadas com a poluição e aos recursos limitados - um aspecto que nós, arquitectos, tendemos a esquecer. Os edifícios não têm apenas um impacto carbónico, mas vão também produzir poluição ao serem demolidos e vão usar recursos. Portanto, estão a contribuir para o avolumar de um problema que é muito maior do que a questão das alterações climáticas. E é nesse sentido que o primeiro acto deve ser a consciência de que estamos a contribuir para esse problema. (...) Os arquitectos podem começar a mudar as suas práticas. Esse é o tema que acabou por ficar plasmado na ‘Generation Proxima’.”

Durante a conversa, Pedro Gadanho explica o que motivou a escolha destes ateliers para a exposição e como todos eles procuram fazer parte de uma solução. Com a Artéria, por exemplo, interessava-lhe mostrar “o lado do colectivo no feminino” e o seu “trabalho mais directo com a comunidade”. Também com o mesmo compromisso, está o Colectivo Warehouse que tem desenvolvido trabalhos na área “da justiça climática” e que, no Festival ÉcoL’Art, em Dakar, sensibilizou as crianças para as questões ambientais.

Já a Gorvell e a Pedrêz estão a investigar materiais que possam ser usados como alternativas aos materiais convencionais e que reduzam a pegada carbónica: “O betão contribui 8% para as emissões carbónicas à volta do planeta e está estimado que a sua produção vai crescer por causa dos países em desenvolvimento. (...) Neste momento, há pessoas a estudar alternativas como o hempcrete, um betão feito à base de fibras de cânhamo, que é uma cultura que já foi feita em Portugal, durante muitos séculos.” O Ponto Atelier também propõe uma nova forma de olhar e de desenhar o mundo: “A relação com a paisagem (...) toca um assunto que é relativamente recente, mas muito interessante: não desenhar só para a espécie humana, mas desenhar também para as outras espécies.”

Nuno Pimenta, também presente na exposição, cria espaços de reflexão política e social: “Faz pequenas instalações artísticas e trabalha numa lógica de recursos encontrados, de reciclagem e de materiais de muito baixo custo [para produzir] alternativas de espaço.” Sobre o OODA, o arquitecto refere que, por ser um atelier com “ambições internacionais”, assume compromissos ambientais numa área mais corporativa.

Para além de ser o curador desta exposição, em Nova Iorque, Pedro Gadanho também foi curador da exposição ‘Eco-Visionários’, no MAAT, e é autor do livro ‘Climax Change!: How Architecture Must Transform in the Age of Ecological Emergency’. O arquitecto observa como é importante debater estas questões entre os arquitectos, mas o seu trabalho também procura alcançar outras pessoas: “A minha ideia foi sempre tocar um público para além do público arquitectónico. Portanto, tive algumas reacções, ao longo do tempo, sobre o impacto emocional. [Ou seja], sobre as pessoas perceberem coisas da arquitectura que até aí nunca tinham percebido.”

Para saber mais sobre a exposição ‘Generation Proxima’ e a importância da consciência ecológica na prática arquitectónica

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