Sporting ganhou ao Farense, Amorim ganhou opções

“Leões” de Lisboa ganham aos “leões” de Faro por 4-2 e estão bem encaminhados para chegar à “final four” da Taça da Liga. Gyökeres marcou três.

Foto
Gyökeres marcou três dos quatro golos do Sporting LUSA/ANTÓnio PEDRO SANTOS
Ouça este artigo
00:00
03:53

Há pouco mais de um mês, em Faro, o Sporting passou um mau bocado. Tudo parecia fácil, dois golos de vantagem, superioridade numérica, mas só ganhou ao Farense com um penálti aos 90 minutos. Nesta quarta-feira, em Alvalade, as facilidades não foram aparentes. Os “leões” de Lisboa receberam os “leões” de Faro para a Taça da Liga e venceram por 4-2, deixando bem encaminhada a qualificação para a final a quatro da competição no Grupo C – bastará um empate em Tondela lá para o final de Dezembro para se qualificarem.

O desfecho não terá sido assim tão surpreendente como isso, tendo em conta os momentos das duas equipas. Mais surpreendente foi o Sporting se ter mostrado tão dominador numa versão diferente do que Rúben Amorim geralmente apresenta, sendo que José Mota não poupou nada na formação algarvia. Em relação ao primeiro confronto, um Sporting diferente foi muito melhor do que o mesmo Farense, apesar de ter sofrido dois golos.

Em relação ao que é habitual, Amorim mudou quase tudo. A maior surpresa foi a introdução de Gonçalo Inácio no meio-campo, algo que já se tinha visto na pré-época, mas inédito em jogos oficiais, e pode dizer-se que foi uma aposta ganha – Inácio tem capacidade técnica e visão de jogo para ocupar a posição a longo prazo e só não o fez o jogo todo porque St. Juste, de regresso à titularidade, ainda não aguenta 90 minutos.

O primeiro remate em todo o jogo até foi do Farense, da autoria do filho de Bebeto, Matheus Oliveira, que marcara dois golos nesse jogo em Faro (e iria marcar mais um em Alvalade), mas foi à figura de Israel. Depois, só deu Sporting e nem vale a pena falar da quantidade de golos falhados (e do penálti bem revertido pelo VAR). Avancemos directamente para a primeira vez que a bola entrou na baliza de Ricardo Velho.

Aos 24’, Inácio viu bem a desmarcação de Francisco Trincão pela direita, o avançado faz uma maldade a Artur Jorge (passou-lhe a bola por cima) e deu para Viktor Gyökeres – o sueco ganhou em velocidade ao seu marcador e disparou para o 1-0. Logo a seguir, os mesmos protagonistas e o mesmo resultado. Após uma boa jogada colectiva, Trincão foi derrubado na área por Cláudio Falcão e, na conversão do penálti, Gyökeres fez o 2-0.

Foi um jogo de sentido único durante a primeira parte, sem que o Farense conseguisse sequer ultrapassar o seu meio-campo. No início da segunda parte, numa das poucas vezes que conseguiu chegar com a bola controlada até à área “leonina”, fez golo. Matheus Oliveira recebeu junto à área e, de pé esquerdo, fez o 2-1, com Franco Israel a ficar mal na fotografia. Só que o golo do brasileiro não devolveu o Farense à luta pelo jogo – foi uma pequena suspensão do domínio do Sporting, que iria continuar até ao fim.

Depois de mais uma mão cheia de remates perigosos, o Sporting chegou ao 3-1 da forma mais improvável. Aos 56’, depois de uma jogada em que Ricardo Velho defendeu aquele que seria um autogolo de Artur Jorge, a bola sobrou para Nuno Santos, que rematou e a bola passou por entre as pernas do guardião farense. E aos 63’, já com Pedro Gonçalves em campo, foi o 8 do Sporting a servir Gyökeres para o 4-1 – o primeiro “hat trick” do sueco ao serviço do Sporting, o seu 11.º golo em 12 jogos.

Gyökeres saiu pouco depois, os “leões” entraram em modo gestão e o Farense lá conseguiu fazer mais um golo para tentar enervar um bocadinho mais a equipa da casa, aos 79’, num passe de Rui Costa para Vítor Gonçalves, que avançou para a área e bateu Israel com um belo remate. Não seria impossível recuperar de uma desvantagem de dois golos, mas o Farense, já sem quaisquer substituições, perdeu Zé Luís por lesão no ombro e jogou com dez até ao fim.

Apesar de alguns pecados defensivos durante a segunda parte, o Sporting apresentou-se a bom nível numa pele um pouco diferente do habitual – como Amorim diz, jogadores diferentes dão dinâmicas diferentes. E é sempre bom ter mais opções que funcionam (St. Juste, Bragança, Trincão, Inácio a médio) numa altura em que os jogos vêm de três em três dias.

Sugerir correcção
Ler 3 comentários