Na Áustria, a selecção feminina desperdiçou primeiro e quebrou depois

Portugal sofreu derrota comprometedora na Liga das Nações, graças a um autogolo caricato e a um festival de golos falhados.

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Diana Silva em acção na Áustria EPA/PETER RINDERER
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A selecção feminina de futebol deu, nesta sexta-feira, um passo atrás na luta pelo acesso às meias-finais da Liga das Nações, ao perder em Altach, com a Áustria, por 2-1 na 3.ª jornada do Grupo 2. Foi a segunda derrota nesta caminhada e um resultado difícil de digerir, tendo em conta a primeira parte de gala de Portugal.

Dizer que a equipa nacional banalizou a Áustria nos 45 minutos iniciais é utilizar um eufemismo. Em 4x4x2, com um meio-campo em losango e uma intensidade muito alta (especialmente sem bola), Portugal subjugou o adversário e construiu uma mão-cheia de ocasiões que deveriam ter sido suficientes para se colocar em vantagem.

Jéssica Silva (fortíssima no um contra um) surgiu isolada logo no primeiro minuto; Kika Nazareth (fundamental em zona de criação) falhou por duas vezes consecutivas o que parecia um golo acessível; Tatiana e Andreia Jacinto também se juntaram à lista de perdulárias e, sem que a Áustria tivesse incomodado a guarda-redes Patrícia Morais, o intervalo chegou com 0-0.

Um alívio para as austríacas, desorientadas pela enérgica reacção à perda das portuguesas, que nunca tiveram receio de subir linhas e empurrar as rivais para trás. Mas as correcções feitas nos balneários conferiram mais autoridade às anfitriãs (16.ªs do ranking da FIFA), patente na forma como passaram a condicionar a saída de bola portuguesa.

Foram 25 minutos que deitaram tudo a perder. Aos 57’, Feiersinger esteve pertíssimo de marcar, aos 60’, Dunst tentou um chapéu a que Patrícia Morais respondeu com classe e, aos 62’, a bola entrou mesmo, num lance quase anedótico. Morais ainda defendeu um cabeceamento a curta distância, mas Ana Seiça atrapalhou-se na tentativa de aliviar a bola, acertou nas costas de Catarina Amado e provocou um autogolo.

No banco, Francisco Neto apressou-se a mexer no jogo, lançando Andreia Norton e Joana Marchão, mas bastaram mais sete minutos para a Áustria voltar a castigar Portugal, desta feita com grande remate de Dunst, média do Eintracht Frankfurt, de fora da área.

Novo golo, mais um par de alterações na selecção portuguesa. Dolores Silva e Ana Capeta entraram para conferir nova dinâmica ao ataque e Portugal passou a ser mais incisivo com bola. Aos 80’, Capeta esteve perto de um golo monumental, mas viu o remate que desferiu de longe esbarrar na trave, e aos 82’ Tatiana Pinto falhou na área um golo cantado, com um remate enrolado.

A árbitra deu cinco minutos de tempo de compensação e foi já no último fôlego que Tatiana, de cabeça e a cruzamento de Ana Borges, lá conseguiu encontrar a baliza austríaca. Já era tarde para ir atrás de algo mais. Fica para terça-feira, quando, na Póvoa de Varzim, as duas equipas se reencontrarem, com Portugal já atrás da Áustria e ainda mais longe da França.

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