É uma visita inédita em Braga, mas igualmente rara para qualquer equipa portuguesa. Pela segunda vez em duas décadas, o Real Madrid visita nesta terça-feira (20h, Eleven Sports 1) Portugal para defrontar um clube nacional e, apesar de os madridistas não perderem em território luso há 24 anos e quatro dias, Artur Jorge, técnico dos bracarenses, acredita que o Sp. Braga “pode fazer história” na terceira jornada do Grupo C da Liga dos Campeões. Do outro lado, mesmo sem o admitir, o italiano Carlo Ancelotti não negou a possibilidade de apresentar novidades no “onze” da equipa de Madrid, já a pensar na viagem dos “merengues” a Barcelona no próximo fim-de-semana.

A resposta de Ancelotti foi que, “por agora”, não falava do clássico da Liga espanhola, que sábado colocará em confronto Barcelona e Real Madrid, na Catalunha, mas, nas entrelinhas, o treinador italiano abriu a porta para algumas poupanças entre os habituais titulares.

Já em Braga, na antevisão da terceira partida desta época dos madridistas na Champions, Ancelotti referiu ser provável não “colocar a mesma equipa que no sábado” iniciou a partida do Real Madrid em Sevilha: “Tenho de avaliar a condição de cada um. Existem algumas mazelas. Tenho de avaliar alguns jogadores, como Alaba e Mendy, que regressaram de lesões.”

Apesar de ter perdido dois pontos na Liga espanhola no fim-de-semana, na Andaluzia, contra o Sevilha, a equipa madrilena mantém o primeiro lugar no campeonato e, na Liga dos Campeões, soma dois triunfos, o último dos quais na difícil deslocação a Nápoles.

Para Ancelotti, ter a sua equipa com “confiança é importante”, e “é melhor do que ter medo”, mas é preciso “respeitar o rival, que ataca muito bem e marca muitos golos”. Porém, para o Real Madrid, a viagem a Braga é “uma grande oportunidade para encarreirar a fase de grupos”: “Depois de duas vitórias, queremos ganhar novamente.”

Como? O treinador dos “merengues” adverte que frente a “uma equipa que joga bom futebol, que gosta de dominar e atacar”, será “importante defender bem e aproveitar as qualidades individuais no ataque”.

Se do lado da equipa de Madrid as recordações dos jogos em Portugal contra clubes portugueses são raras, mas positivas – o FC Porto, em 1999, foi a última equipa nacional a derrotar o Real -, para o Sp. Braga os duelos com espanhóis também trazem boas memórias.

No seu currículo, os minhotos tiveram apenas um rival de Espanha – o Sevilha -, somando duas vitórias e uma derrota: foi com dois triunfos contra os andaluzes (1-0 e 4-3) que os “arsenalistas” garantiram o apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões de 2010/11.

Admitindo que esta não é uma partida qualquer, Artur Jorge confessou na antevisão do encontro que tem “dito aos jogadores que é um jogo muito especial”, que vai ficar marcado na história do Sp. Braga”. E o técnico diz que, “muito honestamente”, pensa “que é possível fazer história”.

“Acredito que vamos ter as nossas oportunidades e depois vai depender da nossa eficácia ofensiva. Queremos também ter um bloco defensivo muito forte, reduzir os espaços que este adversário gosta de ter. Consegue criá-los e tem individualidades que podem fazer a diferença nesses momentos. A nossa ambição leva-nos a crer que é possível ferir este adversário.”

Sobre a equipa que irá escolher, Artur Jorge desvalorizou o factor experiência como decisivo na escolha do “onze”, uma vez que é uma partida que “pede um grande compromisso e uma grande atitude comportamental de qualquer jogador, independentemente de quem jogar. Ter mais ou menos idade não faz diferença nenhuma”.