Cartas ao director

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Reforma ambiental de IUC dos burros

"Descia um velho campónio do seu monte ao povoado; levava um neto que tinha, no seu burrinho montado” quando soube que o IUC asinino iria aumentar porque o burro sujava as ruas, além de não pagar imposto sobre os combustíveis. Ou pagava mais ou o trocava por um eléctrico; não poderia ser um híbrido por estarem proibidos organismos geneticamente modificados.

Há anos, em Viena, vi carros para turistas puxados por cavalos; estes tinham um saco no rabo para que os bonicos não conspurcassem o asfalto barroco. Sugiro um dispositivo no tubo de escape dos carros velhos para calcular exactamente o CO2 emitido por estes veículos”.

H. Carmona da Mota, Coimbra

A hipocrisia da direita

A direita e os seus alinhados e alguma comunicação social, com comentadores e alguns militares, continuam com a cartilha acusando o PCP e o BE de apoiarem e não condenarem o acto de terrorismo praticado pelo Hamas. Embora já por várias vezes quer o PCP, quer o BE tenham condenado publicamente o acto do Hamas de 7 de Outubro.

No entanto essa mesma direita e seus alinhados não têm a coragem de condenar publicamente Israel pela carnificina que está a acontecer em Gaza em 6 dias foram lançadas 6000 bombas (mil por dia) indiscriminadamente e já morreram mais de mil crianças, tendo sido atacadas unidades de saúde, escolas, campos de refugiados, delegação da ONU, cortada a água, electricidade, combustíveis, alimentos, etc... Onde está a coerência? Vale mais a vida de uma criança israelita do que a de uma palestiniana?

Daniel Marques Simões, St.º António da Charneca

Luta dos médicos

Quando se analisa o processo em curso sobre as reivindicações dos médicos do SNS, é referida sistematicamente a debandada dos mesmos para o sector privado, entenda-se hospitais privados. Mas serão os hospitais privados uns locais miríficos, um mundo cor-de-rosa para os médicos exercerem a sua profissão? Não sei e creio que a maioria dos portugueses também não o saberá e neste grupo incluo uma faixa alargada de jornalistas, analistas e comentadores que falam sobre a luta dos médicos do SNS.

Para compararmos o funcionamento entre os hospitais públicos e os privados, deveríamos ter um melhor conhecimento do funcionamento dum hospital privado. Seria interessante e verdadeiramente um serviço público que o jornal que dirige avançasse com esse estudo. Avanço com alguns pontos que devem merecer análise: como funcionam e que serviços prestam as urgências? Têm trauma, têm cirurgia especializada disponível a qualquer momento, os tempos de espera são mínimos, têm médicos que só fazem urgência...; qual a carreira dos médicos e que factores influenciam a sua ascensão na carreira; que vencimentos auferem os médicos, os vencimentos são equitativos, o vencimento depende do número de actos praticados; qual o horário de trabalho, qual o tempo disponível para cada consulta; têm os médicos descanso compensatório incluído no horário de trabalho; do quadro dos médicos que percentagem tem dedicação exclusiva; percentagem dos contratos de médicos que são a termo, percentagem de médicos prestadores de serviços; há equidade no tempo de espera por uma consulta entre cliente 100% privado, cliente com seguro e cliente ADSE?

Octávio Senos Miranda, Lisboa

Guerra e mais sem-abrigo

A guerra é na Ucrânia e no Médio Oriente, e o aumento dos sem-abrigo é em Portugal. As causas das guerras são de todos nós conhecidas, a começar pela vontade suprema que tantos humanos têm em se fazer mais fortes a outros, bem como o fabrico e venda de armamento, que é dos negócios mais lucrativos do mundo. A existência e aumento dos sem-abrigo também é algo transversal às sociedades, e entre várias causas tem a pobreza, a desintegração familiar, as dependências, as exclusões, o desemprego, etc. Se, algo impensável na mente humana, fosse possível, não estaríamos sempre em guerras, e se fosse viável direccionar os milhões investidos no armamento em indústrias pacíficas teríamos um mundo melhor. Quanto aos sem-abrigo, há falta de verbas para criar uma verdadeira rede de apoio aos sem-abrigo, aos velhos, às crianças em aflição. Tentar ajudar a amparar e dar futuro. Mas isso está fora do radar do tempo histórico e cíclico que estamos neste momento a viver. Pelo que não é só em Portugal que haverá mais sem-abrigo, como assustadoramente mais e mais irão aparecer nas zonas de guerra. É a vida, é a morte, é o egoísmo, a imbecilidade humana no seu pior.

Augusto Küttner de Magalhães, Porto

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