Autoridades de Alkmaar acusam jogadores e adeptos do Légia de violência

Neerlandeses contam uma versão diferente dos acontecimentos pós-jogo da Liga Conferência.

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A comitiva do Légia à chegada ao aeroporto de Varsóvia EPA/Rafal Guz

O caso que está a motivar um incidente diplomático entre os Países Baixos e a Polónia conheceu, na tarde desta sexta-feira, os desenvolvimentos da versão apresentada pelo AZ e pelas autoridades de Alkmaar, que rejeitam as acusações do Légia e acusam jogadores e adeptos do emblema polaco de conduta violenta.

Num comunicado conjunto, assinado pela polícia, pelo Ministério Público, pela autarquia e pelo AZ, começam por explicar que existia um acordo com a polícia de Varsóvia e com o Légia acerca das condições de acesso dos adeptos polacos ao jogo. Isto porque, por força das celebrações dos 450 anos do cerco de Alkmaar, as autoridades decidiram não acolher adeptos visitantes no centro da cidade e elaborar um protocolo para a entrada no estádio. Protocolo esse que alegam ter sido desrespeitado pela maioria dos apoiantes do Légia, que acusam de transportarem tochas.

“Antes do jogo, houve tumultos na secção visitante da entrada do estádio. Os adeptos do Légia irromperam pelo portão. Infelizmente, a unidade móvel de polícia não conseguiu impedi-los devido à extrema violência dirigida aos assistentes e aos agentes da polícia. Durante os incidentes, um polícia ficou inconsciente, enquanto outros dois sofreram lesões menores", descrevem, acrescentando que alguns adeptos do Légia se apoderaram do gás-pimenta e dos bastões de alguns agentes.

Nessa altura, explicam, e após uma reunião de emergência que incluiu membros da UEFA, foi considerada a hipótese de evacuar a bancada visitante. Um plano que não avançou por receio de que levasse a uma escalada ainda maior de violência.

"Os adeptos que usam violência excessiva e inaceitável contra a polícia e assistentes não são bem-vindos na cidade. Estamos a trabalhar com as partes envolvidas para determinarmos como podemos excluir estes indivíduos de futuros jogos europeus”, adiantou a presidente da Câmara de Alkmaar, Anja Schouten.

Retidos no estádio por razões de segurança

O que aconteceu depois do jogo também foi alvo de repúdio por parte dos neerlandeses, que contam uma versão ligeiramente diferente da que foi apresentada pelo Légia.

“Após o encontro, dois jogadores do Légia magoaram membros do staff do AZ no edifício principal do estádio, ao ponto de terem sido forçados a receber assistência médica. Os jogadores [Josué e Pankov] foram detidos e são suspeitos de agressão. O edifício principal foi encerrado e o autocarro do Legia não pôde sair do parque de estacionamento porque a saída dos adeptos do Legia ainda estava a decorrer. Por isso, os jogadores foram mantidos dentro do estádio para a sua própria segurança.”

A procuradora Digna van Boetzelaer explicou a decisão de deter os dois jogadores após uma ponderação prévia. “Foi discutida anteriormente com a polícia. São suspeitos de sérias ofensas criminais, que a Procuradoria vai avaliar meticulosamente”, acrescentou.

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