Portugal, Espanha e Marrocos vão mesmo organizar o Mundial 2030

Presidente da Conmebol anunciou a “adjudicação” do torneio através das redes sociais. FIFA já confirmou a decisão, que prevê que o torneio arranque na América do Sul.

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Ao futebol português e espanhol juntou-se mais tarde o marroquino Reuters/PEDRO NUNES

A FIFA vai mesmo atribuir à candidatura que junta Portugal, Espanha e Marrocos a organização do Campeonato do Mundo de futebol de 2030. A notícia foi avançada nesta quarta-feira pelo presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) através das redes sociais, acrescentando que o torneio começará... na América do Sul.

A chamada edição do centenário da competição mais importante do futebol de selecções terá, segundo começou por adiantar Alejandro Domínguez, líder da Conmebol, início no Uruguai, Argentina e Paraguai, que funcionarão como sede dos jogos inaugurais das respectivas selecções. Uma decisão simbólica e que confere ao Mundial uma versão inovadora.

O anúncio oficial da candidatura vencedora está agendado apenas para Setembro de 2024. Mas a verdade é que, ao longo do processo, várias outras candidaturas foram ficando pelo caminho, a começar pela tripartida que juntava Egipto, Grécia e Uruguai, e, mais tarde, o Reino Unido e a Irlanda - esta última acabou por ruir por se entender que o investimento era demasiado avultado para o actual contexto económico e financeiro.

Restavam, então, a candidatura ibérica (a que mais tarde se juntou Marrocos) e a candidatura sul-americana, que juntava Uruguai, Argentina, Chile e Paraguai. Ora, com esta solução de compromisso da FIFA, de dar o tiro de partida para o torneio precisamente na América do Sul (sede do primeiro Mundial da história em 1930), deu-se algum protagonismo a um dos grupos candidatos e entregou-se o grosso da organização ao outro.

"Uma pegada global única"

Esta decisão, de resto, já foi entretanto confirmada pelo organismo que rege o futebol mundial. "O Conselho da FIFA acordou, de forma unânime, que a única candidatura [vencedora] será composta pela proposta de Marrocos, Portugal e Espanha, que irão organizar o evento em 2030 e se qualificam automaticamente", pode ler-se num comunicado.

"Adicionalmente, levando em linha de conta o contexto histórico da primeira edição do Campeonato do Mundo, o Conselho da FIFA acordou ainda, de forma unânime, que irá acolher uma cerimónia de celebração na capital do país, Montevideo, assim como três jogos da competição no Uruguai, Argentina e Paraguai".

Oficialmente, a atribuição do Mundial 2030 ficará pendente do cumprimento de todos os requisitos do processo de candidatura exigidos pela FIFA, nos meses que se seguem, e de uma decisão final favorável por parte do Congresso da FIFA, precisamente no próximo ano. Mas depois desta tomada de posição isso tratar-se-á, essencialmente, de um mero formalismo.

"Num mundo dividido, a FIFA e o futebol estão a unir-se", afirmou o presidente da FIFA, Gianni Infantino, através de uma reunião por videoconferência a partir da sede do organismo. "O Conselho da FIFA, que representa todo o mundo do futebol, concordou unanimemente em celebrar o centenário do Campeonato do Mundo da FIFA, cuja primeira edição foi disputada no Uruguai em 1930, da maneira mais apropriada", assinalou, adiantando que a prova começará no Estádio Centenário de Montevideu.

"Em 2030, teremos uma pegada global única: três continentes - África, Europa e América [do Sul] - e seis países - Argentina, Marrocos, Paraguai, Portugal, Espanha e Uruguai - acolhendo e unindo o mundo enquanto celebram juntos o jogo bonito, o centenário e o Campeonato do Mundo FIFA", concluiu o dirigente.

Anfitriões prometem estar à altura

Recorde-se que Portugal contribuirá, no âmbito desta proposta tripartida, com três estádios para a realização de jogos da fase final: o Estádio da Luz e o Estádio de Alvalade, em Lisboa, e o Estádio do Dragão, no Porto. Isto porque são aqueles que apresentam uma capacidade de ocupação dentro dos parâmetros definidos pela FIFA para o torneio. Ainda assim, só reúnem condições para acolher partidas até aos quartos-de-final, o que significa que, a partir dessa fase, a prova se desenrolará exclusivamente em Espanha e Marrocos.

De resto, os países organizadores já emitiram um comunicado conjunto, prometendo trabalhar arduamente para "organizar um Mundial que honre a diversidade e celebre a história da competição com a paixão que une os três países pelo futebol", e garantindo que irão elaborar "o melhor dossier de candidatura alguma vez apresentado".

“Cada um dos nossos países traz para a mesa uma vibrante tradição futebolística, uma inigualável experiência organizativa e uma capacidade de inovar que seguramente marcará o futuro da competição”, sublinha Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, enquanto o homólogo espanhol, Pedro Rocha (que ocupa o cargo deixado vago após a demissão forçada de Luis Rubiales), destaca o prazer de ter "de regresso a Espanha, quase 50 anos depois, a organização de um Campeonato do Mundo".

Já o líder da Real Federação Marroquina de Futebol, Fouzi Lekjaa, enaltece "um momento importante na história de Marrocos". "É um orgulho e uma responsabilidade o que temos pela frente, e um privilégio unir forças com os nossos homólogos de Portugal e Espanha para preparar um dossier de candidatura que, tenho a certeza, fará história".

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