Asfixia democrática?

Uma série longuíssima de quase 50 anos sem alternância democrática, como a da Madeira, é um sintoma muitíssimo preocupante. O tema deveria interessar ao próprio PSD.

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Há duas maneiras de olhar a democracia. A primeira é puramente processual. Nessa aceção a democracia pressupõe a realização de eleições de quatro em quatro ou de cinco em cinco anos, uma ampla liberdade para a constituição de partidos e para a apresentação de candidatos, um escrutínio secreto e um processo transparente de contagem de votos e apuramento de resultados. Dir-se-á que não é pouco e de facto esta é a fundação de qualquer democracia que se preze. Mas reparem que nesta definição pode caber de tudo um pouco. Da democracia iliberal e musculada de Órban aos 70 anos de hegemonia do PRI no México. Tudo exemplos que tantos de nós hesitariam em classificar como democracias plenamente funcionais. Faz sentido, portanto, ser mais exigente com a definição, subir um patamar e tentar definir democracia num plano mais substantivo.

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