Como um Cristo pintado em Lisboa há 500 anos se tornou um ícone real da Etiópia

Na embaixada enviada ao reino de Preste João em 1520 seguia um Ecce Homo coroado de espinhos. Ícone de imperadores, a pintura foi saqueada pelos ingleses. Está em Portugal desde 1950.

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Detalhe da pintura Kwer’ata Re’seu, o Cristo etíope Martin Bailey/cortesia the art newspaper
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Esta é a improvável história de uma pintura a óleo de um Cristo sofredor, provavelmente da oficina de Jorge Afonso, pintor régio de D. Manuel I, que foi oferecida em 1520 ao imperador etíope Lebna Dengel, e que veio a tornar-se um ícone real em terras de Preste João – um tesouro que era levado para as batalhas e guardado nas próprias tendas dos monarcas, mas também um venerado (e muito copiado) objecto de culto, até hoje omnipresente na pintura religiosa do país. E como se a história deste Cristo etíope – relembrada nesta segunda-feira pelo jornalista e historiador de arte britânico Martin Bailey, no The Art Newspaper – não fosse já suficientemente insólita, estranhas circunstâncias ditaram o regresso da pintura a Portugal, onde vem passando mais ou menos despercebida há mais de 70 anos.

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