Deus sacode o mundo

Sabemos que Deus nem sempre sabe o que faz até ao pormenor, como bem se vê se olharmos para nós como uma criação Sua. Mas importa agora saber que Ele nos tenciona abanar.

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Imaginemos por momentos que Deus, preocupado com os habitantes de uma das suas esferas celestes, o planeta Terra, tenciona sacudi-los três vezes seguidas, em conformidade com a Trindade na criação do mundo. Não será, como nunca é nos movimentos divinos, um gesto de intenções claras. No entanto, e disso se tem a certeza, não é coisa inteiramente planificada, ou socialista; não se trata de com três toques empobrecer os 1% de muito ricos e enriquecer os restantes 99% da população. Deus, melhor do que ninguém, conhece os sistemas terrestres e sabe que essa é uma solução irrealista: o planeta não aguenta a generalização da abundância. Numa aritmética espacial simples, para cada ser humano ter o tipo de vida de um alemão de classe média, seriam necessários três planetas Terra. E, portanto, a sua intenção é outra, talvez mais excelsa. Sabemos que Deus nem sempre sabe o que faz até ao pormenor, como bem se vê se olharmos para nós como uma criação Sua. Mas importa agora saber que Ele nos tenciona abanar. Como a sacudidela é espiritual, em terra nada vai tremer, mas será sentida no coração de cada um com grande estrondo e tremor. Gestos assim tendem a provocar todo o tipo de imprevisibilidades; era de facto importante que Deus explicasse o que O faz desejar interferir de forma tão descarada e, já agora, que fosse claro relativamente aos resultados pretendidos.

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