O Sporting tem um problema com os austríacos

“Leões” defrontam nesta quinta-feira o Sturm Graz a contar para a Liga Europa. Nunca ganharam um jogo na Áustria.

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Rúben Amorim, treinador do Sporting EPA/RUI MINDERICO
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O Sporting tem um trauma para resolver na sua estreia na Liga Europa, nesta quinta-feira (20h, SIC), frente ao Sturm Graz num estádio que em tempos teve o nome de Arnold Schwarzenegger: nunca ganhou um jogo na Áustria (dois empates e quatro derrotas) e já foi várias vezes eliminado por equipas austríacas. Rúben Amorim faz parte desta maldição – perdeu no seu primeiro jogo europeu como treinador dos “leões”, 1-4 em Alvalade com o LASK Linz num play-off de jogo único para aceder à Liga Europa. Agora, Amorim vai iniciar uma nova campanha frente a um adversário austríaco e vai levar o jogo a sério. A derrota com o LASK já foi há três anos, mas, na cabeça do treinador “leonino”, foi ontem.

“De certeza que vamos levar a sério, porque estamos habituados. Para nós, o LASK foi ontem, mas está bem presente na nossa cabeça, pelo menos para a equipa técnica. Queremos ficar em primeiro do grupo, pois é importante para evitar a o playoff. Há qualidade em todas as equipas, não vamos facilitar um milímetro”, garantiu o técnico do Sporting, que está integrado no Grupo D com o vice-campeão austríaco, o campeão polaco Rakow Czestochowa e a Atalanta, quinto classificado da Série A italiana na época passada.

A eliminação frente ao LASK Linz em casa foi o trauma austríaco mais recente. Para trás, há outros que merecem referência, como a eliminação na terceira ronda da Taça UEFA 1993-94 frente ao Casino Salzburgo. Depois de um triunfo por 2-0 em casa, os “leões” tiveram um colapso na segunda mão, perdendo por 3-0 após prolongamento – Bobby Robson, o treinador, foi despedido por Sousa Cintra durante o voo de regresso a Lisboa.

Em 1995-96, novo colapso em terras austríacas, agora com Carlos Queiroz ao comando. O 2-0 em Alvalade dava algum conforto na segunda ronda da Taça das Taças com o Rapid Viena, mas, no segundo jogo, novo colapso, 4-0 após prolongamento, num jogo marcado pela expulsão de Dani. Em 2004-05, o Sporting teria a sua vingança, eliminando o Rapid logo na primeira ronda da Taça UEFA (2-0 em Lisboa, 0-0 em Viena), uma campanha que só acabaria na final de Alvalade, perdida para o CSKA Moscovo.

Pronto para criar boas memórias austríacas, o Sporting apresenta-se em Graz quase na máxima força – St. Juste é a única baixa por lesão. Amorim admite que a equipa não será a mesma que derrotou o Moreirense no último domingo, mas acrescenta que essas mudanças serão em função do adversário e não para rodar jogadores. “Será um Sporting diferente porque tem de ser. É um adversário diferente dos que encontramos no nosso campeonato, uma equipa mais física e mais pressionante do que é habitual. Não vamos rodar para poupar ninguém. Vamos usar os jogadores com as melhores características para este jogo.”

O Sturm Graz caiu para a Liga Europa depois de ter sido eliminado na terceira pré-eliminatória da Champions com o PSV Eindhoven, mas ainda não perdeu nas sete primeiras jornadas da Bundesliga austríaca (cinco vitórias e dois empates), com 14 golos. Para Christian Ilzer, que orienta o Sturm Graz desde 2020, o Sporting é o favorito para o jogo, considerado os “leões” como uma equipa de nível da Champions: "É um adversário de verdadeiro calibre, semelhando ao Feyenoord ou à Lazio, que defrontámos o ano passado. Talvez pensem que esteja a tocar o hino errado, que deveria ser o da Champions. Ou seja, temos de fazer tudo bem para termos uma oportunidade de os vencer. Precisamos de estar ao mais alto nível, em todas as fases do jogo e enfrentá-los com grande vontade e coragem."

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